Colágeno: entenda se suplementação dessa proteína realmente funciona
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Colágeno: entenda se suplementação dessa proteína realmente funciona


É comum encontrar, na internet, influenciadores digitais e supostos médicos que prometem resultados milagrosos na ingestão de colágeno. Anúncios de suplementos que ‘eliminam rugas ’ e ‘desfazem linhas de expressão’ prometem funcionar em poucas semanas e rejuvenescer o rosto de quem os ingere. Mas será que é verdade?

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O que é colágeno

Todos os tecidos conjuntivos do corpo humano contém o colágeno, proteína fibrosa que confere estrutura e suporte para as células .

Ela representa quase 30% de todas as proteínas do corpo humano, mas sua produção não é vitalícia. A partir dos 25 anos, a quantidade de colágeno produzida pelo corpo diminui naturalmente e, depois da meia idade, cai ainda mais.

A cirurgiã plástica Mariana Cioffi menciona a exposição solar excessiva , uma dieta rica em açúcar e o tabagismo como fatores que também auxiliam a perda de colágeno pelo corpo.

Essa redução leva a alterações na pele, como perda de elasticidade, secura da pele, rugas e flacidez, além de afetar a saúde das articulações e dos ossos. “Além disso, a diminuição do colágeno pode levar à perda de volume facial. Muitas pacientes referem sentir o rosto “derretendo” com o envelhecimento “, conta a médica.

Na tentativa de driblar os efeitos do envelhecimento, uma alternativa muito popular na internet é a ingestão de colágeno, seja em pó, alimentos ou em cápsulas. Em farmácias e na internet, é possível encontrar a proteína a venda por R$50, mas algumas marcas chegam a oferecer o suplemento por até R$300.

E aí, ele funciona?

A resposta é: depende. De acordo com os profissionais da saúde procurados pelo iG Delas, os suplementos de colágeno podem ser úteis para algumas pessoas e até apresentam tímidos avanços na qualidade da pele, mas a eficácia da ingestão dessa proteína ainda é objeto de debate científico.

Muitas pessoas acreditam, por exemplo, que ingerir alimentos ricos em colágeno como mocotó e gelatina é uma das formas corretas de suplementação. No entanto, o colágeno presente nesses alimentos é uma molécula de alto peso e não consegue ser absorvido pelo corpo.

A versão que é absorvida pelo corpo é o colágeno hidrolisado , que passa por um processo de hidrólise, no qual a proteína é quebrada em fragmentos menores chamados peptídeos de colágeno. Esse processo envolve a aplicação de enzimas ou calor para quebrar as ligações químicas do colágeno, resultando em um produto final mais fácil de ser absorvido e utilizado pelo organismo.

As formas mais comuns de suplementação incluem pílulas, cápsulas, pós solúveis e bebidas. Esses suplementos geralmente são derivados de fontes animais, como bovinos ou peixes.

“É importante seguir as instruções de dosagem recomendadas e consultar um profissional de saúde antes de iniciar a suplementação”, adverte o especialista em harmonização facial e cirurgião-dentista Pedro Antunes.

Por mais que artigos sugiram uma certa melhoria, não há consenso, e a simples ingestão não é suficiente para retardar totalmente efeitos do envelhecimento.

“Há alguma evidência sugerindo que os suplementos de colágeno podem ter benefícios para a saúde da pele, ajudando a aumentar a sua elasticidade e hidratação, por exemplo. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente a eficácia destes suplementos, como eles são absorvidos pelo corpo e como eles funcionam a nível celular”, retoma Mariana.

Enquanto não existe um consenso na comunidade da saúde acerca desse assunto, os profissionais consultados pela redação reforçam que existem várias maneiras de estimular a produção natural de colágeno, como manter uma dieta saudável, rica em proteínas e vitamina C, evitar a exposição excessiva ao sol, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, e manter-se bem hidratado.

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