Março lilás
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Março lilás










Além do Dia Internacional da Mulher, este mês é marcado pela campanha do Março Lilás. Com aproximadamente 570 mil casos novos por ano, o câncer do colo de útero é a quarta causa mais frequente de morte por câncer entre mulheres e a data visa conscientizar a prevenção desta doença.

Apesar de ser responsável por 311 mil óbitos por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer, a ginecologista e obstetra Evelyn Prete explica que é um câncer de fácil rastreio. Mas, muitas mulheres ainda estão desinformadas .

"Não é difícil atender pessoas que aos 40 anos de idade nunca fizeram um papanicolau, que é a principal forma de rastrear o câncer. Existem muitos mitos e pouca conscientização da população”, explica.


 O câncer do colo do útero é causado pela infecção do vírus do HPV. A infecção genital por esse vírus é frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, pode evoluir para o câncer. Essa transformação é descoberta facilmente no exame preventivo, o Papanicolau. Por isso, é importante realizar esse exame periodicamente e visitar um ginecologista. 

 “O papanicolau, ou mais propriamente dito, a colpocitologia oncótica, é um exame barato, fácil de fazer, indolor e disponível no SUS. Quando ela vem alterada, solicitamos mais exames para realizar o diagnóstico definitivo”, conta a médica.

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 A doença inicia-se, geralmente, em torno dos 30 anos de idade, na forma de lesões subclínicas intraepiteliais cervicais, que evoluem para carcinoma invasivos. Sua incidência aumenta rapidamente até os 50 anos.


Sintomas

Em sua fase inicial, o câncer pode aparecer de forma assintomática, fazendo com que muitas pacientes não procurem ajuda no início da doença. “O tumor cresce localmente, atingindo vagina, tecidos adjacentes e ligamentos pélvicos, podendo comprometer bexiga, ureteres e reto. Também pode atingir os linfonodos”, diz Evelyn.

 A mulher pode relatar secreção vaginal amarelada fétida e até sanguinolenta, ciclos menstruais irregulares, sangramento de escape intermenstrual, sangramento pós-coital e dor no baixo ventre. Nos estágios mais avançados, a paciente pode sentir dor no baixo ventre, anemia por sangramento, dor lombar e alterações do hábito intestinal pela invasão do reto.


Cura

As lesões benignas do HPV, como as verrugas genitais, podem regredir espontaneamente. Se não, existem tratamentos com ácidos, imunomoduladores, eletrocauterização e até retirada cirúrgica. Caso não regridam, a ginecologista explica que elas podem aumentar o risco do câncer do colo de útero.

Se encontradas lesões pré-cancerígenas, podem ser feitos diversos tratamentos. “Quando encontradas lesões pré-cancerígenas no colo do útero, pelo exame de papanicolau, as chamadas NICs (neoplasia intraepitelial cervical), existirão vários tipos de tratamento, a depender do grau da lesão e seu tamanho”, explica. 


Fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem o início precoce de atividade sexual antes dos 16 anos, um alto número de parceiros sexuais ao longo da vida e histórico de verrugas genitais. Por fim, um dos fatores de risco mais importantes é o tabagismo ou mesmo a exposição ao ambiente do tabaco.

Prevenção

 A prevenção do câncer invasivo do colo do útero é feita por medidas educativas, vacinação, rastreamento, diagnóstico e tratamento das lesões pré-cancerígenas. A vacina contra o HPV é eficiente na prevenção do câncer do colo do útero, mas também é necessário realizar os exames preventivos. 

 O Papanicolau deve ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos e é importante refazer o exame a cada três anos, após dois exames normais consecutivos e realizados com um intervalo de um ano.

 A médica explica que é importante realizar sexo seguro, com uso de preservativos, e ir ao ginecologista. “Com a detecção precoce, a doença tem altas chances de cura, alcançando até 90% de taxas de sucesso”, diz. 

 Vacinação contra HPV

No Brasil, o calendário vacinal inclui, desde 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos. Desde 2017, os meninos de 12 a 13 anos também começaram a receber a vacina. Além do câncer do colo do útero, a vacina protege contra câncer de pênis, garganta, ânus e verrugas genitais.

A médica explica que mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada, deverão realizar o exame preventivo. “A vacina apesar de ser eficiente na prevenção do câncer do colo de útero, não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV”, diz. 

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