
Nos dias frios, a preocupação com o sol costuma ficar em segundo plano. Afinal, com céu nublado e temperaturas baixas, muita gente acredita que os raios solares não estão ali para prejudicar a pele.
Mas essa é uma ideia perigosa e, segundo especialistas, o protetor solar continua sendo essencial mesmo no inverno.
Em entrevista ao iG Delas, o dermatologista José Roberto Fraga Filho, esclarece dúvidas comuns e alerta sobre os riscos de descuidar da proteção solar nas estações mais frias.
Inverno, nuvens e radiação: o perigo continua mesmo sem sol
Mesmo nos dias nublados e frios, a proteção solar continua sendo essencial. Isso porque os raios ultravioletas não estão ligados à temperatura e conseguem ultrapassar as nuvens com facilidade.
“Em dias nublados, 80% dos raios ultravioletas ultrapassam as camadas de nuvens” , alerta o dermatologista. Ou seja, o céu encoberto não é sinônimo de segurança para a pele.
Além disso, a radiação continua agindo de forma acumulativa, e os danos, como envelhecimento precoce, manchas e até câncer de pele, seguem presentes no inverno.
“Sabemos que, de forma acumulativa, ele sim pode causar envelhecimento da pele e o aparecimento dos cânceres de pele” , reforça o especialista.
Dentre tantos produtos e promessas no mercado de beleza, o protetor solar ainda é o mais eficaz contra o envelhecimento precoce. José Roberto reforça: "Protetor solar é a melhor prevenção para se evitar o envelhecimento precoce, em qualquer faixa etária e em qualquer época do ano."
Sem protetor no frio? Os riscos são os mesmos

Não é porque a pele está coberta que os riscos desaparecem. Rosto, pescoço, mãos e até orelhas seguem expostos e vulneráveis. Segundo o especialista, os raios ultravioletas "vão agir a nível de DNA da célula da pele e induzir um envelhecimento acelerado com perda de colágeno, manchas e melasma". A longo prazo, o risco de câncer de pele é real.
Pele seca e frio
Durante o inverno, o clima seco contribui para a perda de água da pele, deixando-a mais sensível e suscetível a irritações. Por isso, é fundamental escolher protetores solares com ativos hidratantes, como água termal e ácido hialurônico, que ajudam a manter a barreira natural da pele equilibrada e saudável.
Embora a pele seca não interfira diretamente na eficácia do protetor solar, ela pode comprometer a sensação de proteção. Quando a barreira cutânea está fragilizada, é comum a impressão de que o produto “não está funcionando”. Por isso, hidratação e fotoproteção devem andar juntas, especialmente nas estações mais frias do ano.
Dentro de casa também precisa?

Sim, mesmo em locais fechados é necessário usar protetor solar. Isso porque os raios UVA, principais responsáveis pelo envelhecimento da pele, conseguem atravessar janelas, vidros de carro e até cortinas finas.
"Os raios ultravioletas passam por janelas, vidros de carro, por isso precisamos usar sim", reforça o dermatologista.
E não é só a aplicação que importa, a frequência também deve ser mantida. Mesmo no inverno, o ideal é aplicar o produto de 2 a 3 vezes ao dia.
Atenção às orelhas!

No frio, o corpo costuma estar mais coberto, mas algumas regiões continuam expostas e acabam sendo esquecidas, como as orelhas.
Segundo o especialista, "as orelhas são as áreas mais negligenciadas e também uma das que mais recebem os raios ultravioletas. " Portanto, nada de pular essa etapa!
Para quem ainda acha que "protetor solar é só no verão", o alerta é claro: o uso do produto é parte essencial do autocuidado diário.
"Faz parte do skin care, é uma etapa fundamental e deve ser realizado todos os dias da semana, independentemente se você ficar em ambiente interno ou externo", conclui o especialista.
O protetor solar é um investimento diário na saúde da pele, faça frio ou calor. A proteção constante reduz o risco de câncer, combate manchas e previne o envelhecimento precoce. Incluir o filtro solar na rotina é um gesto simples que garante benefícios por toda a vida.