
A atriz Paula Barbosa, de 38 anos, conhecida por interpretar Zefa no remake de Pantanal, da TV Globo, compartilhou um desabafo emocionante sobre um susto que viveu com o filho recém-nascido, Arthur. O bebê, que nasceu no dia 26 de março, teve um exame do pezinho que apontou falsamente para uma condição grave de saúde, causando dias de angústia à família.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Paula contou que optou por uma versão mais completa do teste do pezinho, que rastreia 48 doenças, mas não foi informada sobre a possibilidade de falsos positivos. O resultado inicial indicou que Arthur poderia ter Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma condição genética grave.
"Não consigo nem falar, gente. Só de lembrar o que eu senti quando veio o positivo... Foi uma dor muito forte. Imaginar que meu pequenino podia estar com uma doença tão séria... Vocês não têm ideia do que passou na minha cabeça", desabafou a atriz, visivelmente emocionada.
Paula criticou a falta de esclarecimento por parte do hospital. "Acho que isso deveria ser explicado antes. Os hospitais não deveriam oferecer esse exame sem informar que há chance de erro. Quando a gente tem informação, consegue lidar melhor", afirmou.
Após um novo exame, que levou 10 dias para ficar pronto, a família recebeu a confirmação de que Arthur está saudável. "Hoje veio a notícia de que ele não tem a doença. Se você estiver passando por isso, mantenha a esperança. Pode ser um falso positivo", aconselhou.
O que você precisa saber sobre o Teste do Pezinho
O teste do pezinho, também conhecido como triagem neonatal, é um exame fundamental realizado nos primeiros dias de vida de um recém-nascido. Esse teste simples, mas altamente eficaz, tem a capacidade de detectar precocemente uma série de doenças genéticas e metabólicas que, se não diagnosticadas a tempo, podem causar sérios problemas de saúde, desenvolvimento inadequado e até mesmo a morte.
Segundo recomendações do Ministério da Saúde do Brasil, o teste do pezinho deve ser realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê. O exame é feito por meio da coleta de gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido, o que permite a análise para diversas doenças, como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística e diversas outras condições genéticas, metabólicas, endócrinas e infecciosas.
Como explica Thaísa Lucktemberg, Biomédica e Supervisora do Setor Neonatal do DB Diagnósticos, a principal vantagem do teste do pezinho é a detecção precoce de doenças que muitas vezes são assintomáticas nos primeiros dias de vida. “Com apenas um pouquinho do sangue do bebê, é possível prevenir complicações graves, identificando doenças que poderiam causar atrasos no desenvolvimento, internações prolongadas e tratamentos de alta complexidade que seriam necessários caso as doenças fossem diagnosticadas tardiamente”, diz ao iG.
Uma das doenças mais graves é a fenilcetonúria, uma condição em que o organismo não consegue metabolizar um aminoácido chamado fenilalanina. Se não tratada, essa doença pode levar a sérios danos cerebrais. Como a substância está presente em diversos alimentos ricos em proteínas, como carnes, ovos e leite, com o diagnóstico precoce proporcionado pelo teste do pezinho, é possível iniciar uma dieta especial que permita o desenvolvimento normal da criança.
No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) oferece o teste do pezinho de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS), contemplando mais de 50 doenças em algumas regiões do país.
Na rede particular, existem outras versões desse teste, que são oferecidas por laboratórios e hospitais da rede privada. Estes se diferem entre si quanto às técnicas utilizadas e ao número e grupo de doenças a serem analisadas.
Mesmo sendo um exemplo claro de como uma intervenção simples pode ter um impacto profundo na vida das crianças, por meio da detecção precoce de doenças graves, muitos pais ainda ficam inseguros com a coleta do exame.
“É compreensível que os pais fiquem aflitos, mas o exame é feito sempre por profissionais experientes que executam tudo com precisão e rapidez. Com uma agulha muito fina, chamada lanceta, algumas gotinhas de sangue são coletadas do calcanhar do bebê e absorvidas por um papel especial. O exame é feito nesse local porque nele estão presentes muitos vasos sanguíneos, o que facilita o acesso ao sangue do bebê”, explica a biomédica.