
A influenciadora digital Tayrine Novak foi chamada pela Secretaria de Educação de Araucária, noParaná, após enviar um bolo de cenoura sem glúten para a filha, que tem doença celíaca. A denúncia foi feita por outra mãe, que abriu uma ouvidoria contra ela. O caso ocorreu durante o lanche escolar e levantou debate sobre acessibilidade alimentar nas escolas.
A história ganhou repercussão nas redes sociais após relato publicado pela própria Tayrine. A influencer gravou uma série de vídeos do momento da reunião na Smed ( veja os vídeos a baixo ). Segundo ela, a escola optou por abrir uma queixa formal em vez de dialogar. "Preferiram abrir a ouvidoria mesmo tendo lei para celíacos em Araucária", escreveu. A publicação viralizou e recebeu apoio de pais, ativistas e entidades de defesa dos direitos alimentares.
Tayrine explicou que segue todas as normas para proteger a saúde da filha, que não pode consumir alimentos com glúten. “Mandei o bolo na lancheira da minha filha celíaca. A escola, em vez de entrar em contato comigo, optou por uma denúncia”, desabafou.
Nos vídeos, é possível ver que não é a primeira vez que Tayrine é denunciada pelos pais e pela escola, tendo já chegado à Justiça em uma das denúncias. Uma das pessoas da reunião chega a sugerir que a criança não almoce na escola para que o problema não ocorra novamente.
A Associação de Celíacos do Paraná (Acelpar) divulgou nota pública apoiando Tayrine. “Nenhuma criança celíaca deve ser excluída do convívio social”, afirmou a entidade. A nota destaca que existe uma normativa federal que garante alimentação segura para alunos celíacos e reforça que a prefeitura é responsável por garantir esse direito.
Advogados voluntários assumiram a defesa da família. O grupo é formado por especialistas em direitos alimentares e inclusão. “É obrigação da prefeitura fornecer lanche sem contaminação cruzada. Quando isso não é possível, deve-se permitir que os pais enviem os alimentos conforme a realidade da família”, diz o comunicado dos advogados.
O caso também acendeu discussões sobre empatia e convivência entre as crianças, uma vez que materiais como massinhas, que contém glúten, podem oferecer riscos à saúde da criança. Mensagens em apoio à mãe lembram que inclusão vai além da estrutura escolar. “Impedir a mãe de agir corretamente porque outra criança não entende a diferença alimentar é desumano”, diz outro trecho da nota da Acelpar.
Nas redes sociais, o caso foi apelidado de “CPI do Bolo de Cenoura” e mobilizou a comunidade celíaca em todo o país. Usuários relataram episódios semelhantes e cobraram políticas públicas mais eficazes.
O Portal iG tentou contato com Tayrine e com a Secretaria de Educação de Araucária para esclarecer os fatos, mas não recebeu um retorno até a publicação desta matéria.