uliana Pitelli, uma das acionistas da Maria Brasileira
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uliana Pitelli, uma das acionistas da Maria Brasileira

Filha de pai caminhoneiro e mãe dona de casa, Juliana Pitelli exalta a humildade como virtude essencial pra vida. Hoje, aos 44 anos, ela exibe uma trajetória de sucesso, que a fez, em 10 anos, sair da posição de garçonete em uma pizzaria, para sócia da empresa Maria Brasileira, líder em franquias de limpeza no Brasil.

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"Vim de família simples, nasci em São Paulo, mas cresci no interior. Perdi meu pai com 11 anos, e minha mãe foi arrimo de família. Tive o exemplo daquela mulher forte", lembra Juliana. Ela fez magistério, Letras, mas o destino a levou para trabalhar com seu irmão em São José do Rio Preto. "Sou boa em lidar com gente, com o atendimento, com vendas", admite. Muito comunicativa e persuasiva, ocupou o cargo de vendedora e se especializou em vendas de vidros de carros, gerenciando a área de relacionamento com seguradoras da empresa. 

Após 12 anos, seu irmão encerrou o contrato com as seguradoras e, sem volume de vendas, precisou deixar o cargo. Na mesma época, com dificuldades pessoais e morando de favor na casa de um amigo, o irmão emprestou dinheiro e ela conseguiu dar entrada em um apartamento na cidade. Com garra e a filha como um motivo a mais para não desistir, Juliana resolveu trabalhar em dois turnos. Enquanto cumpria aviso prévio, foi buscar emprego em restaurantes da cidade para que pudesse, com dois salários, arcar com as despesas.

"Já estava no processo de separação, minha mãe morreu, tive depressão pós-parto, tudo junto", conta. Mas Juliana só se fortaleceu. Conseguiu um emprego noturno de garçonete em uma pizzaria e de vendedora de franquias na Maria Brasileira durante o dia.  "Assim eu fiz, consegui me manter. É preciso ter a humildade de servir os outros. Tudo é digno, fui embutida disso", avalia.

A Maria Brasileira entrou para o franchising naquele mesmo ano, quando Juliana passou a integrar a equipe de expansão da rede e conciliar com o trabalho de garçonete. “Durante mais de um ano eu trabalhava de dia na Maria Brasileira e antes de sair já colocava o uniforme da pizzaria para ir direto até às 1h15. No primeiro mês eu vendi quatro franquias e percebi que essa era a oportunidade da minha vida. Desde que entrei, sempre fui a melhor vendedora, em todos os meses da minha história aqui. Ganhei todos os prêmios e continuo ganhando, justamente por isso conquistei, em 2016, o cargo de gerência do setor”, explica.

Juliana percebeu que estava diante da oportunidade de sua vida. No primeiro mês, vendeu quatro franquias. "Ajudei a impulsionar a franqueadora", garante. Decolou, foi a melhor vendedora e acabou por assumir a gerência. "Sabia muito de venda, não sabia de gestão, a empresa me deu oportunidade de aprender. Até hoje gerencio, não largo as vendas", lembra. 

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Em novembro de 2020, Juliana foi convidada para se tornar sócia da rede e, no ano seguinte, assumiu o cargo. “Realizei grandes sonhos da minha vida: hoje tenho imóveis, visitei vários países e consigo manter minha filha na universidade, tudo isso sem perder minha essência. Sempre amei a marca como se fosse minha, então, ao me tornar sócia, o que mudou é que hoje eu tenho algumas funções que antes não tinha, mas tudo sem deixar de fazer o que sempre fiz e amo, que é vender”, completa. A Maria Brasileira tem 457 unidades, em todos os estados do país. 

Além de  continuar atuando nas vendas, Juliana mantém relacionamento direto com os franqueados, conhecendo cada um pelo nome. “Na minha concepção, eu só consigo ensinar o que eu faço. Trago o DNA da empresa, faço parte da história e sinto muito orgulho disso”, conclui.

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