Sana* em sua casa temporária na Grécia
Derrick Evans /BBC
Sana* em sua casa temporária na Grécia


As juízas afegãs estão sendo perseguidas e tendo seus pertences confiscados pelo Talibã. Desde que o grupo extremista tomou o poder do Afeganistão, em agosto deste ano, as minorias, especialmente  as mulheres, estão sofrendo violências e assassinatos

Segundo uma reportagem da BBC, 26 juízas escaparam do Afeganistão, saindo do país sem nada do que conquistaram com seus trabalhos. Casa, carro, mobílias, tudo foi deixado para trás por essas mulheres que agora buscam exílio em outros países. 


"Quando saímos, não sabíamos para onde estávamos indo. Fomos informados de que haveria riscos de segurança a caminho, mas aceitamos porque sabíamos que essa era a única saída", disse Sana*, uma das juízas entrevistadas. A mulher contou que essa evacuação foi o pior momento da vida e que ficou preocupada pelos filhos. "Eu estava desesperada. Eu me perguntei se algum dia os tiraria vivos do Afeganistão", contou ao portal britânico.

Desde que o Talibã voltou ao poder no Afeganistão, Sana foi caçada pelos homens que condenou por violências contra mulheres. "Depois que todos foram libertados, cada um deles nos disse: 'Se encontrarmos, vamos matar todos'". A semana da juíza consistia em mudar de casa a cada dois dias e ela afirma que voltar para o lar não era uma opção, já que as residências são invadidas por militantes do Talibã. 

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Depois que deixou o país, militantes do grupo extremista invadiram a casa da juíza e tomaram poder também de seu carro e todos os pertences que ficaram no Afeganistão. Na primeira vez que o grupo extremista assumiu o controle do país, Sana, que havia acabado de se formar, precisou abandonar seu trabalho e foi obrigada a ficar em casa. 

Agora, a preocupação dessas juízas que precisaram sair de seu país de origem é encontrar uma nova forma de viver em terras desconhecidas, que em muitos casos, não reconhecem a formação profissional dos refugiados. 

*Nome alterado para preservação da fonte. 

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