Uma alimentação baseada em frituras, lanches, massas e alimentos congelados, além do excesso de refrigerantes, colaboraram para que a paulista Natália Ritzinger, de 30 anos, chegasse a pesar 126 kg. A mulher recorreu até ao balão gástrico para emagrecer, mas não conseguiu controlar a compulsão alimentar .
Muitos especialistas defendem que o modo mais eficaz para emagrecer começa com uma mudança na mente, e Natália, quando entendeu isso, conseguiu combater a obesidade. Ao Delas , ela detalha toda sua jornada até perder peso de fato.
"Jantava umas 22h, sempre uma comida pesada e gordurosa. Quando saía, comia porções, lanche, pizza, massa, ia a rodízios e não tinha nenhum controle da quantidade da ingestão de alimentos", confessa a agente de turismo.
Lembro que me sentia sufocada enquanto estava dormindo. Acordava sem ar e pensando que ia morrer"
Estar acima do peso contribuía para o surgimento de diversos problemas na vida da paulista, em especial na autoestima. "Me sentia sem ânimo para levantar da cama, com vergonha do que as pessoas iam pensar quando olhassem para mim", revela.
Além disso, a mulher afirma que subir escadas, por exemplo, era uma tarefa muito complicada para ela, e até mesmo dormir se tornava um pesadelo. "Lembro que me sentia sufocada enquanto estava dormindo. Acordava sem ar e pensando que ia morrer. Não consiga cruzar as pernas, usar uma sandália o dia todo, se ia comprar algo em qualquer loja tinha que provar cedo quando ainda não estava inchada ou levar pra casa", desabafa Natália.
A obesidade atrapalhava até o sonho de ser mãe
Outros fatores que contribuíram para que ela quisesse eliminar alguns quilos envolviam saúde e desejos pessoais. Enxaqueca constante, pressão alta, diarreia, vômito, cansaço e outros problemas apareceram em sua vida. Para completar, ainda havia o sonho de ser mãe.
"Eu comecei a me olhar no espelho e ver que aquele corpo e aquela pessoa não poderia gerar uma criança sem problemas", conta ela. "A outra coisa foi gostar de uma pessoa e ter tanta vergonha de mim e da minha aparência que não me permiti amar, ser tocada. Foi aí que finalmente percebi que a obesidade estava atrapalhando minha vida", complementa.
Com tantas dificuldades, a agente de turismo estava determinada a perder peso e melhorar sua qualidade de vida. Para isso, recorreu a remédios, que não adiantaram, e então sentiu que precisava de um procedimento mais severo. Foi aí que a mulher colocou o balão gástrico .
"Me arrependo amargamente", diz Natalia sobre colocar o balão
No bate-papo, Natália conta que depositou todas as suas fichas nesse procedimento, mas a experiência foi muito frustrante. "Eu fui com uma ideia de que o balão ia trazer saciedade, tirar minha fome e me impedir de comer em grande quantidade. Eu coloquei o balão e, realmente, com menos comida me sentia saciada, mas eu não mudei a minha mente. Então, a questão de comer compulsivamente ainda estava presente na minha vida", explica ela.
"Eu ainda usava o alimento como uma válvula de escape. Comia e passava mal. Desse jeito, o balão não teve nenhum resultado e o médico me pediu para passar com psiquiatra, pois o problema estava na minha cabeça. É um procedimento que fiz e me arrependo amargamente", acrescenta a paulista de Olímpia.
Apesar das complicações, Natália não desistiu de perder peso e buscou ajuda no 5S Estilo de Vida Saudável , uma metodologia multidisciplinar de emagrecimento, em abril de 2018. Com uma mudança na mente e na dieta, logo ela colheu os frutos do esforço. "Além da orientação e reeducação alimentar, que foram muito importantes, eu tive o acompanhamento diário de nutricoaches e psicólogos que me ajudaram a encontrar o meu autocontrole", explica ela.
A metodologia contribuiu para que a mulher tivesse mais equilíbrio. "Hoje eu percebo que preciso me permitir comer algum alimento calórico de vez em quando, mas sem a compulsão de comer em grande quantidade e com a frequência que eu tinha antes. Hoje, eu faço boas escolhas e preparo meu prato de forma equilibrada e consciente", diz.
"Me pesava diariamente, logo pela manhã, após levantar. Em agosto, saí dos 3 dígitos e pesei 99 kg", celebra a mulher. Em oito meses, Natália eliminou 43 kg. "Manter o equilíbrio e as boas escolhas foi o maior cuidado que tive e que agora mantenho na minha vida", conta.
A agente afirmou que "não praticava nenhum tipo de atividade física nem caminhava" antes, mas agora faz exercícios na academia, caminhada, corrida e já realizou até pilates. "Quero me organizar para poder praticar mais tipos de atividades", afirma.
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Mudança completa
Os 43 kg a menos não melhoraram apenas a saúde e a qualidade de vida dela, como também elevaram sua autoestima. "Sempre fui de bem com a vida, mas agora sou uma pessoa ainda mais feliz e bem humorada. Sou dedicada a minhas atividades diárias, tenho amor em cozinhar e gosto muito de preparar meus alimentos", enfatiza Natália Ritzinger, que destaca também se sentir mais forte, determinada e capaz de atingir seus objetivos.
Agora com 83 kg, seu processo de emagrecimento se tornou uma inspiração para pessoas ao seu redor. Ela pontua que o modo de preparar seus alimentos, os horários regrados, as atividades físicas, o esforço e o empenho influenciam positivamente amigos, parentes e colegas. Além disso, agora ela quer continuar a jornada para chegar aos 68 kg e sair do sobrepeso.
Se você, assim como Natália, deseja emagrecer – principalmente com o verão batendo à porta, ela sugere colocar-se como prioridade. "Nossa felicidade e nossa saúde são nosso maior bem, e viver é um dom", reflete.
"Cuide de você, de sua mente e do seu corpo. Procure por aquilo que lhe dá prazer em viver. Curta sua família e seus amigos, respeite seu corpo e sua saúde. Ninguém mais nesse mundo nos ama mais do que nós mesmos", finaliza a mulher.