Projeto é um dos destaques da 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências
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Projeto é um dos destaques da 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências


As estudantes Camily Pereira dos Santos e Laura Nedel Drebes, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, queriam criar um absorvente reutilizável. A ideia surgiu uma conversa com a mãe de Camily, que quando adolescente não tinha acesso aos absorventes higiênicos durante a menstruação. 

A situação vivida pela mãe da estudante atinge hoje cerca de 4 milhões de pessoas que menstruam no Brasil e hoje é chamado pobreza menstrual. O problema inclui a falta de produtos adequados de higiene durante a menstruação, mas também está relacionado à falta de acesso à água, saneamento básico e desigualdade social.

Segundo levantamento recente realizado sobre o tema no país , 28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual e 30% conhecem alguém que é afetado. 

De acordo com dados disponibilizados pela  UNICEF, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Motivadas por essa realidade, as estudantes deram início ao projeto de criar absorventes reutilizáveis de baixíssimo custo.

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O projeto se tornou um dos finalistas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) deste ano. O programa estimula a cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil. Os autores dos melhores projetos receberão cerca de 300 prêmios no Brasil e no exterior. 

Os absorventes desenvolvidos pelas duas estudantes substituem o algodão por resíduos da agroindústria (fibra do caule da bananeira e do açaí de juçara); o bioplástico, que envolve o absorvente, é confeccionado com resíduos de cápsulas de medicamentos da indústria nutracêutica. O invólucro do produto é feito com retalhos de tecidos das costureiras locais.

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Segundo Camily, o absorvente desenvolvido por Laura e ela possui absorção muito maior do que os produtos tradicionais. Além disso, o custo de produção é é 95%menor do que absorventes comuns. Cada um custa R$0,02 a unidade, já incluídos os custos diretos e indiretos da fabricação. “Não queremos parar por aí, nossa meta é criar uma cooperativa para a produção do absorvente”, diz a estudante.

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