Aos 20 anos, Larissa Manoela compartilhou com os fãs que tem endometriose. A doença, autoimune, ataca o endométrio com reações inflamatórias no tecido uterino. Em live com um ginecologista, a atriz contou como descobriu a doença.
"É tudo muito novo ainda para mim, estou descobrindo. Mas o mais importante de eu ter compartilhado aberto algo tão pessoal da minha vida foi saber que eu posso inspirar outras mulheres a também fazerem uma pesquisa profunda e salvar e dar qualidade de vida para essas mulheres", comentou a artista.
Na live, ela disse que está "convivendo com a dor". "Conviver com dor... [é ruim] e quem tem endometriose, ou acha que tem, sabe como é viver com isso. Então, se uma mulher que seja, eu tenha conseguido inspirar com essa live para mim já transforma, já passa a ser muito mais especial do que está sendo todo esse processo de descoberta, de aprendizado", disse a atriz.
Segundo o ginecologista especializado em endometriose, Marcos Tcherniakovsky, a doença se desenvolve de forma lenta e pode afetar a fertilidade e qualidade de vida da mulher.
A doença ocorre em cerca de 10 a 15% das mulheres brasileiras em idade fértil, segundo a Associação Brasileira de Endometriose. “O diagnóstico costuma ser feito entre os 25 e 35 anos, no entanto, muitas mulheres mais jovens e até adolescentes apresentam os sintomas logo nas primeiras menstruações, mas eles acabam sendo confundidos com fortes cólicas ou problemas intestinais, levando a um diagnóstico tardio”, diz o médico.
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Antes mesmo da idade adulta, a endometriose pode atingir as mulheres e causa problemas desde a infância até a fase adulta. A doença se caracteriza pela presença de tecido do endométrio, camada que reveste o útero e é expelido durante a menstruação, para fora da cavidade uterina.
O tecido se aloja nos ovários, trompas, peritônio (tecido que reveste o abdome), podendo atingir até mesmo o intestino e causar fortes dores abdominais. Outro sintoma é dores intestinais e dor para urinar na menstruação.
A maioria das jovens e adolescentes com dores pélvicas crônicas causadas pela menstruação e que não respondem a tratamentos medicamentosos podem estar com endometriose. Um forte indício para a doença é a cólica que exige repouso e impede de exercer atividades comuns do dia a dia.
Segundo o ginecologista, é possível amenizar os sintomas. “A dica é investir em exercícios físicos de 3 a 4 vezes na semana, durante 30 a 40 minutos, para ajudar a diminuir o limiar estrogênico, a retenção de líquidos e ainda garantir a melhora da imunidade”, recomenda Marcos. Os cuidados com a alimentação também são essenciais, diminuir o sal e açúcar, o consumo de gordura em excesso e industrializados, além de manter uma boa hidratação.
Se a endometriose for confirmada, o tratamento será conduzido de acordo com o grau de classificação (mínima, leve, moderada e severa). Assim, o especialista pode fazer orientar o uso de medicações ou até cirurgia.“É importante sinalizar que quanto mais cedo a endometriose é descoberta, maiores são as chances de controlar a sua evolução", conta.
"O tratamento tem como objetivo controlar a doença, garantir a qualidade de vida das mulheres e preservar a sua fertilidade. Siga as orientações e tratamento do seu médico”, conclui o especialista.