A hiperidrose nos pés e mãos é a mais comum
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A hiperidrose nos pés e mãos é a mais comum



Quem lida com o suor em excesso passa por diversas situações constrangedoras no convívio social e profissional. Jéssica Apolinário, de 23 anos e estudante, tem hiperidrose plantar e palmar (mãos e pés) e sabe bem como são esses momentos. Ela conta que um dos maiores medos era de que as pessoas percebessem que ela estava suando. 

“Apresentar trabalho na faculdade pra mim era uma coisa horrível, diversas vezes eu desisti de apresentar e perdi nota porque eu simplesmente surtava quando chegava a hora. Já tive que pedir outras provas para a professora porque eu tinha suado a minha prova inteira e ficava borrada. Minhas mãos pingavam”, conta.

Em práticas de exercício, climas muito quentes e alguns momentos de nervosismo, o suor é normal e essencial para manter a temperatura ideal do corpo. Mas quando a sudorese é excessiva, aparecendo também no frio ou sem nenhum esforço corporal, pode ser hiperidrose .

Franciele Ferreira, 26 anos é especialista em Atendimento e Negócios tem hiperidrose crânio-facial e conta um pouco do dia-a-dia com a condição. “A vida de quem tem hiperidrose é um verdadeiro dilema, é difícil e triste! Meu suor começa do couro cabeludo e vai descendo para costas, pescoço e rosto”

Além do constrangimento do suor em público, a hiperidrose também atrapalha muito a vida profissional. Patrícia Almeida, 31 anos, micro-empresária sofre com a hiperidrose no tórax e conta que os primeiros problemas vieram por demissões de empregos.

“Não havia condições de atender pessoas estando completamente molhada e pingando, no ar condicionado e no inverno. Foi aí que procurei ajuda, porém nenhum profissional sabia a respeito e nem me deu direção. Fiquei anos assim, constrangimentos em primeiros encontros, entrevistas de emprego, reuniões de família. Ir na padaria já era uma suadeira, me desanimei, entrei em depressão, não queria mais sair porque aí as pessoas não me viam suar.”

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Como tratar a hiperidrose

Os tratamentos para a condição variam de aplicações de toxina botulínica à cirurgia. “Nos casos de hiperidrose primária focal podemos utilizar desodorantes antitranspirantes à base de sais de alumínio para os casos mais leves", diz a dermatologista Fabiana Seidl.

A médica explica que os tratamentos com toxina botulínica (botox) são indicados para casos de hiperidrose focal moderada, podendo ser utilizada nas mãos, pés, axilas e couro cabeludo com ótimos resultados. O efeito, contudo, é temporário. Por isso as aplicações precisam ser realizadas novamente em intervalos de 6 a 9 meses.

Existe ainda a possibilidade de tratar a hiperidrose com cirurgia. “As formas de tratamento clínico apresentam a grande vantagem de não serem invasivas, não necessitarem de internação hospitalar e, portanto, mais seguras. Sua desvantagem é que são temporárias. Por outro lado, a cirurgia é um método invasivo, mas que é definitivo”, diz o cirurgião Carlos Augusto Almeida Araújo.

Segundo o médico, o índice de satisfação dos pacientes com a cirurgia para tratar a hiperidrose é de 90%. Ele explica que um fator decisivo na satisfação do paciente é a transpiração reflexa ou compensatória após a operação. É o efeito colateral que aumenta o suor em outras áreas, como as costas, barriga e pernas. 

Por mais que a condição afete todos os sexos igualmente, os médicos explicam que as mulheres procuram mais a assistência médica e o tratamento.

“Com a  menopausa observa-se os clássicos e tão inconvenientes fogachos, que são ondas de calor que as mulheres nesta faixa etária apresentam e frequentemente estão associadas à sudorese excessiva no tronco e cabeça. Então, muitas vezes, as mulheres procuram assistência médica nessa fase", diz Araújo. 


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