A australiana Stephanie Agnew, de 31 anos de idade, queria realizar o sonho de qualquer mulher prestes a casar: encontrar o vestido de noiva ideal. Mas um detalhe em sua história deixou tudo mais emocioante. Na experiência de visitar as lojas, a noiva foi acompanhada da família e, especialmente, da melhor amiga, já que ela, a mãe e o irmão têm uma condição chamada
distrofia de cones e bastonetes (CRD)
, que os fez perder a visão.
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O fotógrafo James Day também acompanhou Stephanie na busca pelo vestido de noiva ideal. Em entrevista ao portal britânico "Daily Mail", a noiva explicou que a presença do profissional teve dois motivos. O primeiro era oferecer uma perspectiva do que é a vida da amiga, mas ela também queria que ele capturarasse os momentos da jornada caso algum dia consiga enxergar novamente.
Assim, ela foi à loja de vestidos com a mãe, pai, irmão, melhor amiga e o profissional. "Eu estava muito nervosa, ansiosa e com medo de ter uma crise no meio da loja, porque esse é um momento muito importante para uma mulher. Eu não queria olhar no espelho e não ser capaz de ver o vestido. Estava preocupada que fosse vesti-lo e começasse a chorar".
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Porém, Stephanie não chorou e, inclusive, chegou a experimentar 18 modelos diferentes. "No começo foi frustrante porque todos que estavam comigos foram tão legais e não criticavam muito, mas depois eles entraram no clima", conta. "Eu experimentava o vestido, as lojistas descreviam os detalhes para mim, minha mãe se aproximava para sentir o tecido e nós discutíamos sobre isso."
Apesar da preocupação em não encontrar o "vestido perfeito", a noiva conseguiu realizar o sonho. "Mesmo que eu não conseguisse ver, eu sabia que precisava ser aquele vestido. Tive calafrios imediatamente e aquele sentimento que as noivas falam", diz. "Foi muito mais do que apenas uma pessoa que não conseguia enxergar, foi ótimo ter a sensação de tocar e sentir enquanto toda aquela descrição era feita, foi uma experiência incrível."
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A visão do fotógrafo sobre o vestido de noiva ideal
Em seu site, James compartilhou o próprio relato sobre a jornada de Stephanie, realmente seguindo o desejo da noiva de que ele compartilhasse sua perspectiva sobre a visita à loja. "Nós tiramos fotos para lembrar dos momentos, mas essa jornada me fez pensar sobre como a fotografia também pode ser uma experiência para aqueles que não enxergam", comenta.
"Todos ali tiveram algo para oferecer quando o assunto era ajudar Stephanie a escolher o vestido de noiva . O pai explicava o que via, e a mãe contava como sentia tocar no tecido", diz. "A mãe da Steph articulava lindamente sobre como cada vestido era. Enquanto eu ouvia a descrição, percebi que ela podia ver coisas que eu não conseguia. O toque dela era tão sensível e aprimorado que a tornava capaz de descrever coisas que os olhos não veem", completa o fotógrafo.