A Victoria's Secret sinalizou que pode voltar com o seu tradicional desfile, o Victoria's Secret Fashion Show. Mas quem supõe um desfile à moda antiga pode se enganar: são novos tempos e a marca de lingeries não parece disposta a voltar atrás de seu movimento de reestruturação e busca por mais diversidade. Pelo menos é o que a gente espera...
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A notícia veio durante uma teleconferência de apresentação dos resultados da empresa em 2022. O CFO, Timothy Johson, anunciou que a grife pensa em voltar às passarelas ainda em 2023. "Vamos continuar a apostar em gastos com marketing para investir no negócio… e também para apoiar a nova versão do nosso desfile de moda, que está para acontecer ainda este ano", declarou ele na última sexta-feira (3).
O evento, que já revelou top models como Adriana Lima, Gisele Bündchen e Heidi Klum, foi interrompido em novembro de 2019 após a queda nas vendas das lingeries, a baixa audiência na televisão e as controvérsias em torno da marca.
Naquela época, foi descoberto que o então CEO da empresa, Les Wexner, tinha laços estreitos com Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual de menores. Um ano depois, um artigo do The New York Times acusou Edward Razek — ex-diretor de marketing da L Brands, controladora da Victoria's Secret — de criar uma "cultura de misoginia, bullying e assédio".
A decisão de não promover mais o desfile veio um pouco depois, em junho de 2021. Além disso, com a perda de clientela para as concorrentes — como a marca Savage X Fenty, de Rihanna, que desde o seu primeiro desfile, trouxe para a passarela diferentes tipos de corpos — a Victoria's Secret precisou fazer um 'rebranding' e lançou novas diretrizes.
A marca abandonou então as 'Angels' e lançou a campanha 'VS Collective', estrelada pela modelo plus size Paloma Elsesser, a ativista trans Valentina Sampaio e a jogadora americana de futebol Megan Rapinoe. Uma campanha para o Dia das Mães, lançada logo após a reformulação da marca, apresentou uma modelo grávida em um roupão de seda, um movimento deliberado para refletir uma variedade mais inclusiva de corpos.
É difícil de imaginar um desfile de uma grife de lingeries sem lingeries. Mas espera-se, pelo menos, que o novo Fashion Show apresente-as em tamanhos diversos.