No meio da mobilização mundial a favor do movimento "Vidas Negras Importam", que inclui diversas empresas e marcas de roupa, a pauta do racismo no mundo da moda veio à tona. Diversas modelos negras, como Thayná Santos, Diara Rosa, Cindy Creis e Natasha Soares relataram no Instagram casos de racismo sofridos no meio.
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Esse movimento começou quando Thayná Santos usou seu perfil para denunciar casos que viveu e presenciou na carreira e, além disso, abriu espaço para que outras colegas de profissão dessem seus relatos. Todos os stories com as denúncias estão em destaques no Instagram da modelo.
O assunto ganhou ainda mais visibilidade quando Paulo Borges, criador do São Paulo Fashion Week, fez uma live com as modelos Natasha Soares e Cindy Creis, que voltaram a comentar o assunto e compartilharam mais algumas histórias.
Um dos nomes mais citados pelas modelos foi o da estilista Gloria Coelho. Segundo Diara Rosa, Gloria chegou a jogar o portfólio dela no chão durante um casting. Outros diversos relatos foram divulgados, citando deboche por parte da produção e falas explicitamente racistas.
Nas lives com Paulo Borges, as modelos citaram Reinaldo Lourenço, estilista e ex-marido de Gloria Coelho, que também foi denunciado nos stories de Thayná. Lourenço chegou a apagar o post com a hashtag #BlackOutTuesday de seu perfil, pois diversos comentários relembrando os casos de preconceito começaram a pipocar.
Gloria Coelho contatou Thayná Santos pelo Instagram, elogiou a iniciativa de divulgar os relatos e se desculpou. “Reconheço que por muitos séculos a moda privilegiou padrões de beleza eurocentristas, e que eu ou pessoas da minha equipe no passado possamos ter compactuado com isso, ou sido interpretados dessa forma.” disse a estilista em uma das mensagens.
A estilista também enviou um comunicado à revista Veja se desculpando por quem ela possa ter ofendido e se comprometendo a mudar.