A Benetton, grife italiana conhecida por ser provocativa, costuma chamar atenção por suas coleções de moda. Para o outono de 2018, no Hemisfério Norte, ela acaba de lançar uma campanha chamada "Nudicome" ("nudi", em italiano, significa nu), com uma proposta social de inclusão, diversidade e representatividade. Em seu manifesto, a marca se apresenta contra questões como o racismo e o terrorismo.
A imagem, que representa o conceito da campanha da Benetton, é composta por nove modelos nus abraçados, de diversas cores e etnias. Os profissionais da moda, inclusive, foram fotografados pelo italiano Oliviero Toscani, que também foi responsável por capturar imagens de outras campanhas polêmicas da marca, nos anos 80 e 90. À época, o fotógrafo abordou assuntos como a Aids, religião, guerra, e até pena de morte.
Desta vez, no projeto atual, além da imagem conceito, a campanha traz fotos de modelos de caráter multicultural vestidos com peças da coleção de outono. O manifesto ainda traz referências religiosas, mencionando figuras como São Francisco logo no início. O texto chega a ser feroz ao apontar que as nove “criaturas” da foto são únicas, mas, ao mesmo tempo, exemplos de uma humanidade que vai superar questões sociais e ser mais justa e inclusiva.
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Ainda segundo o manifesto, a diversidade dos traços étnicos ao redor do mundo é analisada, e os aspectos típicos de cada lugar do mundo são colocados em nível de igualdade. A mensagem que a marca deixa é de paz, em um mundo sem necessidade de guerra.
“Contra a guerra civil, contra a máfia e a violência urbana de identidade, contra os ferozes conflitos étnicos, contra as guerras de culpa e de religião, contra o terrorismo e contra todas as formas de racismo ressurgentes, existe a fusão alegre como valor, o Cântico das Criaturas que alcança o céu e deixa o mundo mais humilde”, diz o texto.
Grife italiana tem histórico de campanha polêmica
Em julho deste ano, a grife italiana Benetton causou uma grande polêmica nas redes sociais por causa de uma campanha que utilizava imagens reais de migrantes e refugiados em situações de vulnerabilidade. Os usuários apontavam para um aspecto insensível e explorador das fotos, e até o Ministro do Interior da Itália chegou a tuitar sobre o assunto: “Eu sou o único a achar [a campanha] desprezível?”, perguntou retoricamente.