Uma publicidade criada por uma marca de desodorante mostra uma mulher negra tirando uma camiseta e se transformando em uma mulher branca. Posteriormente, essa mulher branca faz o mesmo, tira uma camiseta e se transforma em outra mulher. Entretanto, internautas apontaram racismo no vídeo por conta do início dessas “transformações” de uma modelo em outra. 

Modelo negra Lola Ogunyemi tem família nigeriana, é nascida na Inglaterra e criada nos Estados Unidos
Reprodução Dove
Modelo negra Lola Ogunyemi tem família nigeriana, é nascida na Inglaterra e criada nos Estados Unidos

A marca pediu desculpas pela campanha e removeu o conteúdo já publicado , mas a história não acabou aí. Em relato publicado pelo site “The Guardian” nesta semana, a modelo negra que estampa a campanha, Lola Ogunyemi, afirmou estar chocada com a repercussão negativa do trabalho que fez e ainda defendeu a Dove .

“A experiência que eu tive com a marca foi boa. O tempo que passei no set foi ótimo. Todas as mulheres – o vídeo original da campanha ainda contava com outras modelos de diferentes nacionalidades – na filmagem entendo o conceito geral da campanha, usar nossas diferenças para realçar o fato de que todas as peles merecem gentileza.”

Porém, o que o público entendeu de uma mulher negra se transformando em uma mulher branca, justamente em uma propaganda de sabonete, foi bem diferente do que a modelo entendeu da campanha.

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Reprodução/Facebook Naythemua
Campanha da Dove mostra mulher negra sendo "transformada" em branca após uso de produto

Ela conta que ficou ansiosa em trabalhar com uma marca conhecida mundialmente. Como uma mulher que já sofreu preconceito apenas por conta de sua pele, estava feliz em representar as mulheres negras e ansiosa pela liberação do conteúdo.

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O resultado de tudo, entretanto, foi seu rosto estampando inúmeras reportagens sobre racismo na publicidade. “Eu acordei com a mensagem de uma amiga me perguntando se a mulher no post que ela viu era realmente eu. Eu entrei na internet e descobri que havia me tornado o cartaz involuntário de uma propaganda racista.”

“Se eu tivesse a menor inclinação de que seria retratada como inferior, ou como um ‘antes’ em um ‘antes e depois’, teria sido a primeira a dizer não. Isso vai contra tudo que eu represento”, afirma a modelo com família nigeriana, nascida na Inglaterra e criada nos Estados Unidos. 

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Lola afirma que amou o resultado da campanha e disse que estava orgulhosa de tudo. No vídeo original, ao invés de apenas três mulheres tirando a camiseta, sete são retratadas. A modelo, entretanto, entende a polêmica que foi gerada pelo vídeo, ainda mais pelo passado da marca, mas diz que ela deveria ter defendido sua posição de tê-la incluído na campanha. “Eu sou forte, sou linda e não serei apagada”, afirmou a jovem que já ouviu de outras pessoas ser muito bonita “para uma mulher de pele escura”.

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