A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de vida e siga como uma complementação da dieta até os dois anos de idade. Na vida real, amamentar pode durar mais ou menos tempo do que isso — depende da rotina da mãe, da demanda do bebê, de como a criança passou pela introdução alimentar, entre outras variantes.
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E se a amamentação traz dúvidas, o desmame traz ainda mais! Cinthia Calsinski é enfermeira obstetra pela Unifesp e Consultora Internacional de Lactação pela International Board of Lactation Consultant Examiners (IBCLC) e costuma ser questionada sobre qual é o momento certo para interromper o aleitamento: "quando mãe e bebê sentirem que é a hora".
O desmame começa com a introdução alimentar, já que o bebê passa a mamar menos por começar a consumir outros alimentos, e a produção de leite naturalmente fica menor. Mas cada dupla mãe-bebê tem seu ritmo.
“A amamentação traz benefícios para ambos. Para a mãe, há menos riscos de desenvolver câncer de ovário, mama e útero e menos chances de sofrer doenças como artrite reumatoide, diabetes e problemas cardiovasculares. Já o bebê tem menos gripes, otites, diarreias, asma, obesidade, pneumonia e alguns tipos de câncer", destaca Cinthia.
O desmame pode ocorrer de algumas formas:
- abrupta, quando a mãe precisa interromper o aleitamento de uma hora para outra por conta de uma enfermidade, mastite, ingurgitamento ou algum outro motivo de força maior;
- de forma planejada ou gradual, quando a mãe precisa voltar ao trabalho e sabe que não poderá amamentar o bebê em livre demanda como antes, e a produção de leite vai parando aos poucos;
- parcial ou gentil, quando as mamadas são interrompidas de forma gradual e substituídas por outros momentos de prazer e vínculo, como o brincar ou estar junto;
- natural, quando a criança deixa o peito por livre e espontânea vontade.
"Sempre pergunto para a mãe qual é a sua expectativa em relação ao desmame. Se ela acha que o bebê vai dormir melhor e a noite toda porque pegou a mamadeira, pode se decepcionar, porque não é uma regra que isso vá acontecer. Se optar por interromper o aleitamento, a mulher deve se sentir segura de que o vínculo com o bebê não vai mudar por conta disso". Para que o processo seja isento de traumas, a enfermeira obstetra indica que a mãe não ofereça o seio, "mas também não recuse se o bebê procurar".
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O papai pode ser um grande aliado também, ajudando a fazer o bebê dormir sem a mamada, a distrair a criança com brincadeiras e "explorações" pela casa e a substituir a mamada por outras refeições/alimentos, em parceria com a mãe.