Meu filho ronca, devo me preocupar? Médico esclarece dúvidas

Otorrino do Hospital São Cristóvão Saúde revela causas de barulhos noturnos nos pequenos e possíveis sinais de alerta

Otorrino do Hospital São Cristóvão Saúde revela causas de barulhos noturnos nos pequenos e possíveis sinais de alerta
Foto: Pexels
Otorrino do Hospital São Cristóvão Saúde revela causas de barulhos noturnos nos pequenos e possíveis sinais de alerta

Muito se fala do ronco em adultos, principalmente quando se trata de indivíduos já na terceira idade ou obesos. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), 60% dos homens acima de 60 anos e 40% das mulheres na mesma faixa etária roncam. Porém, o que muda quando esse ruído durante o sono é emitido por crianças?

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De acordo com Luiz Augusto de Lima e Silva, médico otorrinolaringologista do Grupo São Cristóvão Saúde, esse barulho inoportuno pode ser definido como "um ruído provocado por vibrações na orofaringe e hipofaringe, com a passagem do ar das vias aéreas superiores para as vias aéreas inferiores".

Segundo ele, é possível identificar sons semelhantes ao ronco logo após o nascimento da criança, quando ela começa a amamentação. Trata-se de um ruído agudo, provocado por uma dificuldade da passagem do ar na laringe e conhecido como "estridor laríngeo". Mas, apesar de também merecer atenção, esse ruído não deve ser confundido com o ronco.

Na grande maioria dos casos, o ronco em crianças é provocado por aumento de tecidos na rinofaringe (adenoide) e na orofaringe (amigdalas palatinas), o que dificulta a passagem do ar das vias aéreas superiores para as inferiores.

"O ronco é produzido principalmente quando estão dormindo em decúbito dorsal [de barriga para cima] e não há remédio caseiro para solucionar a questão", acrescenta Luiz Augusto. "A indicação do tratamento deve ser feita após avaliação médica para o diagnostico etiológico e, dependendo da causa, pode ser clínico ou cirúrgico", ressalta.

Algumas dicas podem auxiliar na avaliação do grau dos sons respiratórios nos pequenos: "a situação merece mais atenção quando vem acompanhada de sono agitado, com movimento de braços e pernas, dificuldade em se alimentar, em que a criança precisa interromper a mastigação para respirar, ou até em casos de respiração bucal de suplência, muito frequente durante o dia, mesmo em momentos de repouso ou menor agitação", afirma o especialista do Grupo São Cristóvão Saúde. Somados a esses fatores, baixo rendimento escolar, sonolência diurna e dificuldade em se concentrar também devem ser observados.

Como não existe idade para começar a roncar, é preciso ficar de olho e atento (a) aos sinais. Com o crescimento da criança e dependendo da razão dos barulhos durante o sono, eles podem diminuir, como também se agravar. Porém, não ignore a questão: qualquer sinal de ronco deve ser averiguado com a ajuda de um médico.

O otorrino ressalta a importância de acompanharmos o desenvolvimento infantil. Por isso, as consultas médicas servem para os pais tirarem dúvidas e receberem orientações sobre alimentação, sono, vacinas e prevenção de doenças e acidentes, de modo a somar na educação e qualidade de vida de seus filhos.