O que você precisa saber sobre amamentação
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O que você precisa saber sobre amamentação


Amamentar é um desafio para a maioria das mães e ainda é um tabu conversar sobre isso.  Andréia SadiThais Fersoza são apenas algumas das celebridades que abrem discussões sobre esse assunto a fim de apoiar o Agosto Dourado - mês de promoção e proteção à amamentação . O aleitamento materno é um direito das mulheres que deve ser garantido, mas para que elas consigam viver este momento com qualidade é preciso estudo e apoio por ela e por todos.

"O melhor preparo que a gestante pode fazer é obter informações corretas sobre a amamentação por meio de sites confiáveis e profissionais especializados. Além disso, ao contrário do que dizem as fake news, os mamilos não devem ser esfregados com buchas ou toalha, pois essa ação não contribui para deixar a pele mais preparada e nem mais resistente. Também não é recomendado passar muitos cremes, já que a pele pode ficar mais fina e frágil. A única medida que tem alguma comprovação de que pode ajudar a deixar a pele dos mamilos mais resistente é o banho de sol nas mamas", explica a pediatra e neonatologista Mônica Carceles Fráguas.

Primeiros dias

Os primeiros dias são difíceis e, às vezes, eles se tornam semanas e meses. A verdade é que a pega correta nem sempre acontece de primeira e pode ser preciso a ajuda de uma consultora de amamentação ou enfermeiras especializadas do banco de leite da sua cidade. 

O mais importante é ter a informação como aliada e rede de apoio, que ajuda na tarefa de proporcionar tempo para que a mãe se dedique a este momento de aprendizado, seja assumindo tarefas domésticas, mantendo a mãe hidratada e alimentada, cuidando do bebê para que ela possa dormir ou tomar um banho.

"O leite dos primeiros dois ou três dias após o nascimento, o chamado colostro, é leite, mas em pequena quantidade. O colostro é muito importante para o bebê e ele não precisa de mais nada. Além disso, quanto mais o bebê sugar, maior será a produção de leite. Outro ponto importante na amamentação é a sucção, que não deve provocar dor e ferimentos nos mamilos. Pode até gerar uma sensibilidade maior, mas não dor. Se a mãe tiver dor e lesões nos mamilos, algo está errado. Neste caso, a orientação é procurar um profissional especializado", orienta a especialista.

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A apojadura (descida do leite) é naturalmente desconfortável

O colostro - leite dos dois a três primeiros dias - é substituído pelo leite materno de fato e a sua quantidade é muito maior. Assim, os seios aumentam e este processo pode resultar em febre e desconforto, especialmente se o bebê ainda não estiver mamando. Procure estudar sobre ordenha manual para retirar o excesso e oferecer com um copinho para o bebê, já que o uso de bicos artificiais (como os de mamadeira e chupeta) prejudicam a amamentação.

Amamentar dá fome e sede

O gasto de energia somente para produzir o leite materno é cerca de 640 calorias, fora o gasto calórico de amamentar em si. O leite materno contém tudo o que é necessário para o bebê - nutrientes e água - e é com base na sua alimentação. Assim como a gestação, a mãe não precisa comer por dois, mas é importante que lembre de comer. Uma boa dica é sempre ter comida congelada e lanches rápidos para consumir ao longo do dia.

Ferimentos

Fissuras e calos são ferimentos que podem acontecer quando a pega não está correta. Algumas medidas podem ser utilizadas, como laserterapia; compressas geladas de, no máximo, cinco minutos para "anestesiar" antes de amamentar; tomar sol nos mamilos para fortalecer a pele e auxiliar na cicatrização; passar o próprio leite materno como hidratante na área lesionada; fazer ordenha de alívio para armazenar o leite do seio lesionado, congelar para ofertar depois e ofertar somente o seio saudável (a medida dá um descanso para o mamilo lesionado). Mas o mais importante é, ao menor sinal de dor, procure ajuda especializada.

Ingurjitamento e mastite

Algumas mulheres podem ter um excesso na produção de leite e isso pode causar ingurjitamento, que é quando formam pequenos caroços, como pedras, nos canais por onde o leite passa, levando a uma mastite. Para evitar, ofereça o seio ao bebê mais vezes ao dia, faça ordenhas de alívio e armazene este leite para oferecer depois, massagens leves para ajudar a reduzir a pedra - tome cuidado para não ir além, pois isso pode estimular mais ainda a produção. O principal é que a mãe busque acompanhamento adequado, pois alguns casos precisam complementar o tratamento com medicação adequada.

Este é realmente é um momento de conexão muito grande entre mãe e filho, mas também é cansativo acordar tantas vezes na madrugada e nem sempre ter com quem conversar. Com o tempo, esta sensação pode reduzir, mas foque em ter uma rede de apoio e pessoas em quem possa contar ao longo do dia para que tenha momentos de descanso e de conversar com outras pessoas.

Dicas bônus da especialista

  • Os bebês mamam muito mesmo. Sabendo disso, a ansiedade, por não conseguir fazer outras atividades, diminui.
  • A amamentação em livre demanda faz com que a produção de leite seja sempre adequada às necessidades do bebê.
  • É importante não oferecer outros alimentos ou líquidos nos primeiros seis meses, além de seguir a orientação do pediatra na introdução alimentar após os seis meses.
  • Para não correr o risco de prejudicar a amamentação é recomendado não dar chupeta ou mamadeira.
  • Não fixar horários para as mamadas (por exemplo de 3 em 3 horas), bem como o seu tempo de duração. 
  • A rede de apoio, seja o cônjuge, um familiar ou amigo pode ajudar a lactante compartilhando os cuidados com o bebê e com as demandas da casa. É importante, também, evitar dar palpites incorretos, como incentivar o uso chupeta ou da mamadeira.

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