Larissa é mãe do pequeno Théo. Quando o garoto nasceu, ela o amamentou normalmente e cuidou da alimentação do filho como qualquer mãe faria. Foi assim até que ela recebeu o diagnóstico quando o garoto já tinha dois anos, ele possui uma doença rara e não pode ingerir proteínas normalmente. No "Encontro" desta quarta-feira (28), Larissa contou mais sobre o que passou. 

Larissa luta para que o teste do pezinho identifique mais doenças
Reprodução/TV Globo
Larissa luta para que o teste do pezinho identifique mais doenças

A doença de Théo afeta 1 em cada 30 mil crianças e poderia ter sido diagnosticada com o teste do pezinho expandido. Porém, quando o menino nasceu, não ofereceram essa possibilidade para Larissa e o filho dela fez somente o teste oferecido pelo SUS, que identifica somente seis doenças. Quando o menino já tinha dois anos, ele apresentava sequelas irreversíveis e então descobriram que ele não poderia ter ingerido leite materno, ovo, carne e outras fontes de proteína.

"Eu matei os neurônios do meu filho", disse Larissa. Ela explicou que o filho não é capaz de digerir a proteína e essas moléculas acabam matando os neurônios deles, o que pode deixar uma pessoa incapaz de andar ou enxergar, por exemplo. A mãe do menino disse que no começo se sentia culpada por não ter tomado os cuidados necessários, mas hoje já entende que não é a responsável pelo que aconteceu. "Eu sei que eu não tive culpa. Racionalmente esse sentimento já está dominado, mas descansar eu só vou quando eu morrer", desabafa. 

Pezinho no futuro

Hoje Larissa luta para que o teste do pezinho oferecido pelo SUS seja ampliado e dê o diagnóstico para mais doenças. Théo poderia não ter nenhuma sequela, mas não houve a identificação da doença quando ele nasceu. Por isso, a mãe do menino quer evitar que o mesmo ocorra com outras famílias e convoca todos para assinarem a petição "Pezinho no Futuro", encontrada facilmente na internet. 

Larissa também disse que no começo ela sentiu um sentimento de luto, mas garante que hoje toda a família é muito feliz. "No começo, eu achava que iria vivier para cuidar dele e sobreviver. Hoje já mudou, hoje eu sou super feliz", fala. Ela conta que já conseguiu reajustar o orçamento familiar e que Théo faz 11 terapias por semana, como alfabetização alternativa, equoterapequia, fisioterapia, fonoaudiologia e mais. 

Por fim, a mãe do garoto deixa um recado para todos os outros pais que vivem situações semelhantes a dela em casa. "Vamos ser felizes com o Théo, não apesar dele. Com calma, amor e uma aldeia a gente se ajeita", conclui.

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