A atriz Fernanda Nobre está com 36 anos de idade e é casada com o diretor José Roberto Jardim. Por conta da fase da vida em que está, ela conta que sente muita pressão da sociedade para ser mãe e revelou que acabou congelando os óvulos, mas não foi por ter certeza de que quer entrar no mundo da maternidade futuramente.
"Eu congelei os óvulos por medo de me arrepender em algum momento. Eu não sei até que ponto quero ter um filho ou apenas responder a uma expectativa da sociedade", Fernanda falou em entrevista à colunista Patrícia Kogut. "Eu acho que, se quisesse, já teria tido. Mas eu realmente não quero mudar minha vida agora para essa vida de mãe. Não é melhor nem pior, só não é o que eu gostaria", refletiu.
"O tempo passa para as mulheres no sentido biológico. Eu sinto muita pressão. Uma pressão um pouco cruel. Do tipo: 'Não serei completa se não for mãe'. Meu lado racional sabe que isso é balela. Mas eu fui criada dentro dessa balela. Existe uma voz dentro de mim que me deixa com medinho de que isso seja verdade. Então, congelei por medo, não por convicção", a atriz continuou.
Fernanda enxerga que toda essa pressão para ela ser mãe é causada pela estrutura machista da sociedade, mas ela admitiu que nem sempre viu a situação dessa forma. A atriz, que irá atuar na novela "Um Lugar ao Sol", falou que era ignorante para temas do feminismo, mas foi aprendendo sobre o assunto com a ajuda de outras mulheres.
"Quando começou a hashtag 'meu primeiro assédio', comecei a entender que várias coisas que vivi foram abusivas. Eu não sabia que eram machistas, que eram assédios, tanto na profissão quanto na vida pessoal. Eu naturalizei tudo isso. Nunca tinha refletido sobre o absurdo que era. Dizem que essa hashtag é a quarta onda feminista. Foi ali que despertei e falei: 'Tenho que me apropriar desse assunto, tenho que saber sobre ele'", ela relembra.
Atualmente, é possível encontrar várias postagens com posicionamentos feministas nas redes sociais da atriz. Ela contou em um live sobre um relacionamento abusivo que viveu e se posicionou em apoio a atriz Juliana Lahmann, que contou que foi estuprada por um diretor aos 18 anos . Na verdade, Fernanda planeja levar o tema do feminismo para os palcos.
A atriz conta que o marido escreveu um monólogo que ela pretende interpretar, assim que for possível os teatros voltarem à atividade. "Vamos falar do isolamento durante o rito de passagem da menina para a mulher. Mostrar o quanto nos isolamos em nós mesmas por causa do patriarcado e como estamos aprisionadas a ideias fixas em virtude disso", revela Fernanda.