Consultas, vacinas e mais: como sair com recém-nascido com segurança na pandemia
Segundo especialistas, tanto consultas quando vacinas devem ser mantidas, mas é preciso cuidado para levar os pequenos ao médico
Por Claudia Ratti |
Para garantir um desenvolvimento saudável, é preciso adotar uma série de cuidados na rotina dos recém-nascidos. Em tempos de pandemia, essa atenção deve ser redobrada e, justamente por isso, muitas famílias ficam em dúvida sobre o que pode ou não ser feito. Devo levar para as consultas de rotina? Pode tomar vacina? Preciso colocar máscara?
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Diante de tantos questionamentos e inseguranças, o Delas conversou com duas pediatras sobre os principais cuidados que os pais devem adotar com o recém-nascido em tempos de pandemia.
Como ficam as consultas de rotina?
De acordo com Maria Inês Nantes, pediatra do Hospital da Criança da Rede D'Or, as visitas ao médico devem ser mantidas e a primeira consulta do recém-nascido deve acontecer até o 10º dia de vida. Assim, os pais poderão esclarecer as dúvidas e receber orientações de rotina e cuidados.
“Recém-nascidos necessitam manter as consultas de rotina, mesmo durante a pandemia, porque é preciso acompanhar se o bebê está com peso adequado, se está mamando corretamente ou, por exemplo, se tem icterícia”, acrescenta Mônica Carceles Fráguas, pediatra e neonatologista da Maternidade Pro Matre Paulista.
Segundo a profissional, é importante verificar se há distanciamento entre as consultas, o que evita aglomerações no ambiente. Mônica também orienta para que os pais não deixem a criança tocar o chão, já que podem levar a mão no rosto, e que não permitam o contato com brinquedos. Porém, ela lembra que possivelmente objetos de contato coletivo já foram retirados do consultório para evitar focos de contaminação.
Em relação a crianças maiores, Mônica fala que, caso não apresente problemas, é possível adiar a consulta -- sempre conversando com o pediatra antes. “Porém, quando se trata de uma criança mais velha, mas que estava apresentando problemas de saúde, como problema de crescimento, peso, é preciso dar continuidade às consultas”, alerta.
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E as vacinas?
“O calendário de vacinas deve ser mantido, para evitar que após a fase de isolamento social tenhamos epidemias de outras doenças que já tem vacinas e podem até ser mais graves em crianças que a Covid-19”, fala a pediatra e neonatologista. Para segurança, ela orienta que os pais se informem sobre como estão sendo os procedimentos das vacinas em postos ou clínicas, se há agendamento ou espaçamento nos horários entre os pacientes.
Maria Inês também lembra sobre a importância de checar se a equipe de enfermagem está devidamente equipada, com máscara, por exemplo, para executar a tarefa.
Pode usar máscara?
Não, recém-nascidos não podem usar máscara. “A recomendação da ANVISA é que se use máscara em crianças acima de dois anos de idade, porque para elas já é possível explicar como deve ser usada. Abaixo dessa idade, o uso de máscara traz risco de sufocamento e contaminação, porque a criança pode tocar no rosto e mexer na máscara”, explica Mônica.
Já que não é possível usar o acessório, Maria Inês orienta que aqueles em contato direto com o bebê usem máscara e que a criança fique 2 metros de distância de pessoas desprotegidas.
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Outros cuidados
Também é importante que os pais de recém-nascidos cuidem bem da higienização das mãos. “Lavando-as todas as vezes que forem pegar o bebê”, alerta Maria Inês. A pediatra também diz que mães com sintomas como tosse ou coriza, mesmo sem febre, devem usar máscara na hora da amamentação.