O avanço no número de casos de Covid-19 mexeu com a rotina das famílias brasileiras. Com as crianças fora da escola, é preciso criatividade para mantê-las entretidas e ocupadas enquanto os adultos trabalham e fazem as tarefas domésticas. Encontrar um equilíbrio entre tudo isso parece um desafio, não é mesmo?
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Para alguns pais, a saída está nas telas. Tablets, celulares, TVs e computadores passam a ser aliados nessa quarentena. Afinal, com apenas alguns cliques a criança fica entretida por horas e os adultos conseguem trabalhar com tranquilidade.
Apesar de ser uma saída, nem sempre essa é a melhor escolha. Em entrevista ao Delas, a educadora parental Telma Abrahão alerta sobre a importância de oferecer outras formas de lazer e distração além da tecnologia. Se a criança fica restrita às telas, o nível de estresse vai aumentar muito, explica a especialista.
Por isso é importante que a família mantenha um limite diário de exposição à tecnologia . Telma exemplifica que no caso de crianças pequenas, de dois a cinco anos, o indicado são 1h30 por dia. Como estamos em isolamento, os pais podem aumentar o tempo para 2h30, por exemplo, dividindo em períodos do dia.
A ideia é fracionar essas horas em minutos ao longo do dia. Assim, a criança pode ver um filme ou jogar um jogo no tablet, por exemplo, mas não deixa de brincar com algo analógico.
A educadora parental alerta sobre a importância dos pais seguirem esse combinado e não excederam os horários que estipularam aos filhos. “É fundamental controlar o tempo de uso para que não vire um vício e não se torne um problema”, fala.
E em relação ao conteúdo consumido na internet , Telma fala para os pais usarem as ferramentas ao seu favor. “Filtre o que você acha adequado. E não só conteúdos educacionais, mas de lazer, com histórias de aventura”, diz.
Ela reforça que os adultos não podem esquecer de oferecer outras atividades para as crianças. Os pais podem criar um cantinho na casa para as crianças fazerem atividades criativas, como colagem e pintura, por exemplo.
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O que está permitido?
Como a especialista fala anteriormente, os pais devem usar as ferramentas disponíveis ao seu favor na hora de expor a criança ao tablet, por exemplo. Configure o dispositivo para que apenas alguns sites e aplicativos possam ser acessados. Assim você garante mais segurança e um conteúdo adequado para a idade.
O YouTube Kids, por exemplo, é um ótimo recurso para os pais. A versão infantil do YouTube tem vídeos pensados apenas para esse público e permite que os adultos apliquem filtros de conteúdo, direcionando o que faz mais sentido para a criança.
Ainda existem outros aplicativos famosos entre o público infantil, como o PlayKids e o ABC do Bita. O primeiro tem desenhos, livros e jogos educativos para crianças de diferentes idades, além de atividades ligadas à alfabetização, música e meditação. Já o segundo, é um aplicativo para as crianças em processo de alfabetização, com atividades pensadas para essa fase.
Se estiver na dúvida, vale apostar nos filmes infantis com mensagens positivas e ensinamentos. Telma cita o exemplo de Moana, uma animação da Disney que mostra força de vontade e superação.
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Crianças x telas: cuidados
Além das dicas da educadora parental, Fabiano Tricarico, da empresa especializada em segurança cibernética Kaspersky, dá algumas orientações aos pais. Como o tempo de uso pode aumentar nesse momento, é preciso estar ainda mais atento com a segurança dos pequenos.
Você já vai controlar o que a criança acessa e o tempo de uso, mas vale adotar mais alguns pontos:
- Naveguem juntos
É importante que os pais conheçam as atividades online dos filhos. Assim, podem descobrir qual a melhor maneira de mantê-los seguro, além de poderem ter conversas mais construtivas sobre o tema.
- Mantenha os dispositivos sempre à vista
Seu filho vai usar o tablet ou o celular? Oriente para que fiquem em áreas comuns da casa. Não permita que naveguem longe do alcance dos adultos.
- Alerte sobre a responsabilidade
Converse sobre o que significa utilizar a internet. Ensine que os comportamento online e offline não são diferentes. “Ou seja, se houver algo que eu não faria ou diria no mundo físico, isso também deve valer para o espaço digital”, fala. Fale que as informações inseridas na internet podem ficar lá para sempre
- Converse diariamente
Reserve um tempo do seu dia para falar com as crianças sobre a rotina, inclusive sobre o uso da internet. Você pode pedir que contem algo positivo e algo negativo que tenham encontrado na rede.