Joanna Minuzzo, de 39 anos, que mora na Austrália, é mãe de três crianças, sendo duas meninas e um menino. Em entrevista ao Daily Mail , ela fala sobre o desejo do filho, de dois anos, que ela prefere não divulgar o nome, por usar vestidos. O menino, inclusive, usou um azul no casamento dos pais, que aconteceu em maio deste ano.

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Menino de dois anos gosta de usar vestidos e, no casamento dos pais, usou um vestido azul
Divulgação/zenphotography.com.au
Menino de dois anos gosta de usar vestidos e, no casamento dos pais, usou um vestido azul

Segundo informações do tabloide, o menino começou a demonstrar seu interesse em usar vestidos em janeiro, após ele perguntar à mãe se poderia usar o vestido estampado com a personagem Minnie Mouse que era de sua irmã. No começo, Joanna não aceitou, pois achava que não era "socialmente aceitável", mas logo pensou melhor.

Após questionar sua reposta, a mãe diz agora que queria que seus filhos fossem "livres para ser quem eles querem ser". Por outro lado, a mulher é obrigada a ouvir constantemente os motivos pelos quais ela deixa o garoto usar “roupas de meninas”. 

Muitas pessoas fazem críticas e dizem que ela está fazendo ele “virar gay”, o que ela afirma ser completamente rídiculo. "Estou educando crianças que se sentem seguras o suficiente para serem verdadeiras sobre quem elas realmente são", aponta.

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“Temos uma geração de adultos que têm muito medo de serem eles mesmos por causa do medo de serem julgados. Quero que os meus filhos saibam que a única opinião que eles devem ter sobre eles é a deles”, ressalta. “Eles sabem que podem vir até mim quando estão com problemas e sabem que não vou julgá-los”, continua. 

Para a mãe, não há razões para que o menino não use vestidos. “Ele é apenas um garotinho normal que gosta de roupas bonitas”, diz. “No começo, eu disse que não. Então eu pensei: por que não? Por que ele não pode usá-los? Quem fez essas regras? Se ele está feliz, por que eu lutaria contra isso?”, questiona. 

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O vestido azul do casamento

Sobre o traje do casamento em questão, Joanna, que nasceu na Escócia, diz que apresentou três opções de roupa para o filho, incluindo um kilt (peça tipo saia que vai até a altura do joelho) que ela havia encomendado. “Ele deu uma olhada e nem sequer experimentou. Tentei fazê-lo usar ao longo das semanas, mas ele não queria e ficava chateado”, pontua. 

O pai também chegou a comprar um terno que combinava com o dele. Os pais também tentaram fazê-lo usar, mas ele não estava feliz. A mãe, por sua vez, suspeitou que, assim que os vestidos das filhas chegassem, ela teria que conseguir um semelhante para o garoto. 

“Esperei cerca de uma semana antes do casamento e minha amiga me emprestou o vestido azul da filha”, diz. “Mostramos a ele, que ficou muito feliz. Ele amou! Não havia como voltar atrás”, completa. 

O pai, Najee, de 31 anos, ajudou o menino a se vestir. “Ele colocou a felicidade do nosso filho acima de tudo. Ele é um pai incrível. Ver as fotos deles se preparando me fez ver exatamente porque me apaixonei por ele. Muitos homens não fariam isso”, afirma. 

Joana espera que, ao permitir que seus filhos sejam verdadeiros, eles crescerão socialmente conscientes. “Não quero que os meus filhos pensem que precisam se adaptar a estereótipos. Pode chegar em um momento em que ele queria mudar as roupas. Serei guiada por ele”, afirma.

“Eu não vejo isso [o uso dos vestidos ] como algo importante ou inspirador. Estou apenas deixando meu filho escolher o que ele quer vestir e estou sendo respeitosa com isso. Não estou fazendo nada de revolucionário ou novo. Apenas respeito suas escolhas”, destaca. 

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A mãe ainda destaca que o importante é o menino estar feliz, saudável e ser gentil. “O fato de estarmos tendo essa discussão nos mostra que, como sociedade, temos um longo caminho a percorrer para aceitar a individualidade das pessoas."

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