Assim que Keeley Bevan, de 29 anos, parou de sentir que seu bebê em gestação estava se movendo, seus instintos lhe disseram que havia algo errado. A mulher, que é mãe de três crianças, procurou ajuda por conta de suas preocupações, mas os médicos que a avaliaram informaram que estava tudo bem e que ela poderia voltar para casa.

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Na foto à esquerda, Keeley Bevan, da Inglaterra, segura a mão de Esmae, bebê que nasceu natimorto há mais de quatro anos
Reprodução/Facebook
Na foto à esquerda, Keeley Bevan, da Inglaterra, segura a mão de Esmae, bebê que nasceu natimorto há mais de quatro anos

No entanto, seu bebê, que receberia o nome de Esmae, morreu no útero e nasceu natimorto enquanto ela estava com 39 semanas de gravidez. A mãe culpou uma série de erros do North Manchester General Hospital, na Inglaterra, e acusou as enfermeiras que lhe atenderam de serem insensíveis depois da morte do bebê.

Uma investigação feita sobre a morte de Esmae, em 2015, descobriu que houve uma “falha em avaliar o risco de morte fetal e falta de ação apropriada”. Os chefes do Pennine Acute Hospitals NHS Trust, que supervisiona o North Manchester, dizem que lições foram aprendidas desde a morte do feto e que houve "mudanças significativas" nos cuidados desde então.

"Os instintos de mãe precisam ser ouvidos mais"

Segundo informações do portal Manchester Evening News , Keeley aceita que mudanças foram feitas, mas está incentivando que outras mães a confiem em seus instintos. “Eu não me senti forte o suficiente até agora para falar sobre isso, mas eu preciso dar conselhos a outras mulheres. Se elas sentem que algo está errado, precisam dizer”, ressalta.

"Quando entrei na investigação, eles disseram que todas as enfermeiras e médicos estavam em treinamento. Os instintos de mãe precisam ser ouvidos mais”, completa. Keeley visitou o hospital duas vezes - quando ela estava grávida de 28 e 31 semanas - com preocupações sobre a falta de movimento do bebê, mas foi mandada para casa.

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A mulher retornou em 10 de março de 2015, quando estava com 39 semanas porque estava preocupada que não pudesse sentir o bebê se mexendo. Diante disso, ela fez uma avaliação do bem estar fetal e sentiu-se mais calma quando ouviu os batimentos do feto. Poucos dias depois, Keeley fez novos exames e voltou para casa um folheto com informações sobre indução do parto.

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“Não há batimentos cardíacos"

Em uma publicação no seu blog, ela conta que, naquela noite, tentou dormir mas não conseguiu se livrar do desconforto. “Desde que voltou do hospital, o bebê ficou quieto de novo”, conta. No dia seguinte, ela não sentiu seu feto se mexer, mas ficou mais "tranquila" por conta das orientações médicas que havia recebido nos dias anteriores.

Mesmo assim, ela havia ligado para o hospital, que a aconselhou a tomar um banho quente, dar um passeio e deitar de lado para tentar fazê-lo se mexer. No entanto, a mulher ficou em pânico e foi com seu parceiro procurar ajuda médica, onde ficou esperando por mais de uma hora para fazer exame. 

Depois de examiná-la, uma parteira pediu a um médico que desse sua opinião e acabou sendo informada: “Não há batimentos cardíacos.” “Meu mundo inteiro ficou em pedaços. Meu bebê morreu. Por que isso aconteceu? Ele estava bem ontem. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Nós estávamos apenas chocados e devastados”, expõe.

Quando Keeley e seu parceiro deixaram o hospital, ela conta que ficou irritada com uma enfermeira que lhe disse: "Pense só, tudo acontece por um motivo". O bebê nasceu natimorto em 14 de março e pesava 2,7 kg, aproximadamente. A investigação do hospital apontou que houve uma complicação na placenta.

Acontecimento mudou sua vida

Com o passar dos anos, Keeley espera que sua experiência signifique que outras mães "serão levadas a sério" quando se queixarem da diminuição do movimento fetal. Ela engravidou novamente pouco depois de perder Esmae e diz que realmente lutou para isso. “Eu não sabia como eu faria. Estava muito nervosa”, ressalta.

A ansiedade se tornou mais frequente em sua vida. “Eu não saio de casa a menos que esteja com alguém, o que é muito raro. Também não uso transporte público. Minha vida mudou muito. Eu costumava ser uma pessoa extrovertida e agora só saio quando é necessário”, completa.

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Por fim, Keeley acrescenta que participa de vários grupos de mães no Facebook e, sempre que alguém posta que não está sentindo o bebê se mexer, ela comenta e diz para ir ao hospital fazer exames e permanecer lá até que a mãe sinta que está tudo bem.

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