Gabrielle Gunther engravidou prestes a completar 18 anos, mas afirma que ainda se sentia uma menina quando viu que o resultado de seu exame deu positivo. Assim como ela, muitas jovens sofrem com as consequências da gravidez na adolescência, e foi pensando nisso que a norte-americana resolveu contar sua história na internet, a fim de encorajar outras garotas que também estão sentindo medo dessa nova fase.

Leia também: Adolescente de 16 anos não sabia que estava grávida até dar à luz no banheiro

Quando descobriu que estava esperando um filho, Gabrielle achou que a gravidez na adolescência seria um pesadelo
Reprodução/Facebook
Quando descobriu que estava esperando um filho, Gabrielle achou que a gravidez na adolescência seria um pesadelo


“Minha vida não é inspiradora, minha história não transcende o comum, mas é exatamente por isso que estou escrevendo isso”, afirma em publicação do Facebook. No post, ela conta que descobriu que precisaria encarar a gravidez na adolescência , ainda que já fosse praticamente uma adulta, em seu primeiro ano de faculdade. Quando viu o resultado, ela e o namorado ficaram assustados, mas sabiam que a melhor opção era encarar a realidade.

Leia também: Jovem viraliza com foto de diário antigo xingando mãe por deixar família ‘pobre’

“Nós não poderíamos evitar o assunto para sempre, então meus pais se sentaram comigo e meu namorado para discutirmos nossas opções”, explica a jovem. Antes disso, ela conta que teve a ajuda de sua irmã para fazer a revelação aos pais. Embora seu pai não tenha curtido a notícia, a mãe comemorou que seria vovó em poucos meses na mesma hora.

Na época, os pais de Gabrielle decidiram abrigar o namorado da filha até que o jovem casal tivesse condição de ter uma casa própria. Os dois rapidamente conseguiram emprego e encontraram forças para lidar dia após dia com o preconceito. Segundo ela, muitas pessoas faziam questão de reforçar que eles perderam a juventude, e isso a incomodava muito.

O mundo de Gabrielle caiu de vez, porém, quando ela descobriu que seu namorado a traía com outra mulher. “Ele se mudou, e eu senti raiva, medo, tristeza e constrangimento. Eu questionei se estava fazendo a coisa certa, trazendo um bebê para uma família que já estava destruída. Tive a sorte de contar com muita ajuda financeira, emocional e física durante minha jornada, mas sentia que eu tinha falhado com a minha filha antes mesmo de ela nascer”, revela.

Leia também: Especialista dá dicas de como combater a ansiedade na gravidez

A jovem diz que não desistiu da filha, pois tinha medo de não conseguir engravidar novamente no futuro
Reprodução/Facebook
A jovem diz que não desistiu da filha, pois tinha medo de não conseguir engravidar novamente no futuro


A mãe ainda conta que, mesmo com os problemas, ela não desistiu da pequena, embora isso tenha passado por sua cabeça várias vezes. Na época, ela tinha medo de não conseguir realizar o sonho de ter uma criança novamente, pois sua mãe teve câncer no ovário. Os médicos já haviam avisado que as filhas poderiam desenvolver a doença no futuro, então não dava para correr o risco de passar por um procedimento sério e depois se arrepender profundamente.

A volta por cima 

Poucos meses após o parto, Gabrielle afirma que conseguiu um emprego como babá e decidiu sair da casa dos pais para encarar a vida de adulta com a filha. Lá, ela sabia que seria mais difícil conquistar independência financeira e precisava de um empurrão para aprender com os próprios erros. No início, a jovem  diz que dividiu um apartamento com o melhor amigo, mas depois de alguns meses cada um seguiu sua vida e ela resolveu morar a sós com a garotinha.

Leia também: Menino ou menina: Como lidar com a “decepção” ao descobrir o sexo do bebê?

Enquanto batalhava para não deixar nada faltar em casa, a mãe, que engravidou cedo, olhava as redes sociais e ficava deprimida ao ver tudo o que havia “perdido” com a mudança de vida. “Meus colegas estavam se formando e alguns já estavam entrando na pós-graduação. A maioria estava comprando casas, fazendo viagens e até recebendo oportunidades incríveis para a carreira, enquanto eu trabalhava muito e só ficava em casa com minha filha”, diz ela. 


Com o passar do tempo, porém, Gabrielle afirma que percebeu que não deveria se cobrar mais em relação a isso. A moça conseguiu comprar sua casa própria e começou a fazer vários posts sobre a maternidade. Na internet, inclusive, muitas pessoas elogiam sua postura com a filha. “Eu posso ter feito coisas fora de ordem e talvez não esteja onde quero estar ainda, mas estou exatamente onde preciso estar agora, e um dia vou chegar onde quero”, frisa a todo momento.

Para outras jovens, que também passaram pelo “pesadelo” da gravidez na adolescência, ela faz questão de encorajá-las e diz que as meninas não devem se cobrar tanto, pois no fim tudo dá certo. “Só porque você não alcançou um ponto na vida que muitos de seus colegas já alcançaram não significa que você é menor do que elas. Não tenha pressa. Peça ajuda, confie no seu potencial e saiba que você está fazendo a escolha certa", recomenda.

Leia também: Duas vezes mãe na adolescência: "Até hoje sofro preconceito"

Gabrielle garante que a todo momento as pessoas devem lembrar que são capazes de qualquer coisa, mesmo estando fora do "modo tradicional de viver" pregado pela sociedade. Quando olha para trás e vê tudo o que passou, ela diz que tem uma sensação de dever cumprido e fica muito alegre quando olha para a filha e  pensa que, por ser nova, poderá acompanhá-la por muitos anos ainda. "Eu sei que não falhei", afirma a jovem que não vê mais a gravidez na adolescência como um pesadelo.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!