Neste mês de maio, em cada quarta-feira vamos falar um pouco sobre a experiência de cinco mulheres com a maternidade . Na última semana, Ana Paula Xongani, Patrícia Camargo, Patrícia Marinho, Lia Camargo e Xan Ravelli nos revelaram quais pensamentos mudaram após a chegada dos filhos . Agora, elas nos contam como pagaram a língua com as crianças.
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Sendo mãe ou não, nós vivemos fazendo coisas que, antes, dissemos que nunca faríamos. Na criação dos filhos , então, é praticamente impossível não mudar de opinião ou ceder àquele hábito que nossas mães tinham, por exemplo, e que nos deixavam louca. Saiba o que essas mães disseram que nunca fariam:
Ana Paula Xongani, mãe da Ayoluwa
A empresária Ana Paula Xongani jurava que iria conseguir trabalhar junto da filha, Ayoluwa, até a pequena completar dois anos. Ela queria muito isso, mas após o primeiro ano da menina a mãe percebeu que a relação das duas não estava mais saudável. Ao completar um ano e meio, Ayoluwa foi para a escola, e Ana Paula conseguiu o tempo que precisava para se dedicar ao trabalho.
"Eu também não gostava de amamentar. Toda aquela romantização, aquele momento lindo e incrível que achei que teria não aconteceu. Eu não sentia dor, até tive uma amamentação tranquila, mas não gostava da sensação. Parei de amamentar com um ano", revela a empresária.
Patrícia Camargo, mãe do Henrique, da Sofia e da Larissa
"A gente costuma falar 'minha mãe fez comigo, mas eu não vou fazer'. Faz, sim!", afirma a jornalista Patrícia Camargo. Ela conta que, antes de se tornar mãe, tinha certeza de que não mandaria os filhos para o castigo, que apenas iria conversar com as crianças e que tudo se resolveria, mas no dia a dia não é bem assim.
"Há momentos em que a 'panela de pressão' está no limite. Quando estou cansada ou estressada, eles também ficam muito mais. E com três filhos pequenos, vira zona em alguns momentos. Precisa daqueles momentos de 'Chega! Castigo agora. Cada um para o seu lugar e fica lá'. Eu falei que não ia fazer, mas fiz."
Patrícia ao menos fica feliz por não bater nos filhos, algo que a mãe dela fazia quando dava bronca. "Achei que jamais iria colocar de castigo, porém eu apanhei, mas não bato."
A jornalista confessa também que nunca achou que deixaria os filhos irem dormir sem comer direitinho, até porque eles comem muito bem, mas aí tem aquele dia em que tudo atrasou, um imprevisto aqui, outro ali... "Aí não consegui fazer a comida, dei só um leite e bora dormir."
Patrícia Marinho, mãe da Carol e Gabi
Para a publicitária e blogueira Patrícia Marinho, o "pagar a língua" ocorre especialmente com mães de primeira viagem, que acabam acreditando em um coletivo do que é ser uma boa mãe ou um bom pai. "Antes, você tinha a referência da sua mãe, da sua amiga. Hoje, por causa das redes sociais, a gente convive com milhares de maternidades diferentes, mas tem aquele senso comum que se estabelece."
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E aí essa "visão instragamistica", como classifica a mãe, se torna uma cobrança. "E às vezes isso não considera que você é uma pessoa, que tem as próprias características, e que a criança também tem seus próprios gostos."
Patrícia afirma que as mudanças em sua vida aconteceram muito rápido, então ela não parou muito para pensar no que fazer ou nas cobranças que sentia, foi do jeito que deu para ser mesmo. "Cada um reage do seu jeito, você nunca sabe como vai ser. A criança também pensa e tem seus próprios defeitos. E cada maternidade é diferente."
Lia Camargo, mãe do Fernando
"Eu não paguei a língua em nada ainda, mas acho que a maior lição que a gente tira é sobre julgar outras mães e crianças. Antes de ter filhos a gente tem pouca paciência com as crianças quando sai, não sabe muito bem como aceitá-las na sociedade. Quer frequentar lugares públicos sem 'ser perturbado' por uma criança, quando na verdade estamos sendo egoístas em achar que temos mais direito de estar ali do que elas", alerta a blogueira Lia Camargo.
Xan Ravelli, mãe da Jade e do Rael
"Se eu paguei a língua? Paguei sim. Eu costumo dizer que as melhores mães são aquelas que ainda não têm filho, e comigo não foi diferente. Eu falei que não faria um monte de coisa", afirma a youtuber Xan Ravelli.
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Da mesma forma que Patrícia Camargo, Xan se viu fazendo muitas coisas que a própria mãe fazia e ela não aprovava. "A gente pensa 'quando for mãe, tiver meus filhos, vou fazer completamente diferente', e nada, você faz a mesma coisa. A pessoa é moderna, mas a mãe nunca é moderna, continua se preocupando com as mesmas coisas e fazendo as mesmas coisas com os filhos ", completa.