A forma como uma pessoa vem ao mundo pode gerar um impacto duradouro na saúde dela, segundo uma recente pesquisa publicada revista "Science Advances" veiculada na imprensa internacional. O resultado principal aponta que os bebês nascidos por cesariana estão mais propensos a serem obesos no futuro do que aqueles que nascem de parto normal.
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O estudo foi liderado pela pesquisadora Maria Dominguez-Bellow, da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos. Nele, ela e um grupo de especialistas compararam o desenvolvimento do peso de bebês que nasceram de parto normal e daqueles os quais as mães tiveram de fazer uma cesariana. E o contato com bactérias do corpo da mãe pode ser a chave para essa questão.
Bactérias vaginais
Para a pesquisadora, a cesárea impede que a criança entre em contato cm bactérias da vagina da mãe. Isso pode parecer estranho, mas esse contato que acontece somente no parto normal é importante para que o recém-nascido melhore a saúde. Foi constatado que essas bactérias costumam se estabelecer no intestino, mas a forma como elas agem por lá ainda é algo em debate.
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Outra hipótese levantada pelo estudo é que há uma grande exposição a medicamentos e antibióticos para a cirurgia para o nascimento e isso pode ter alguma relação com a questão da obesidade no futuro.
Como foi feita a análise
Como os testes feitos em humanos são considerados antiéticos, Maria usou ratos de laboratório para realizar os experimentos. Ela deixou que alguns animais dessem à luz naturalmente e outros por cesárea sem o uso de antibiótico e criou os filhotes em condições idênticas. Durante a análise, o estudo descobriu que após 15 semanas, os ratos que nasceram de parto normal estavam pesavam 39 gramas e os que nasceram por cesárea estavam mais gordinhos, com 45 gramas.
Além disso, a pesquisa também revelou que aqueles que nasceram de forma natural tinham uma mistura normal de bactérias intestinais, enquanto aqueles que não nasceram dessa forma não possuíam Bacteroides, Ruminococcaceae e Clostridiales – que são grupos associados a corpos magros.
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Vale ressaltar que foram analisadas apenas 13 camundongos grávidos e 69 filhotinhos, um número muito pequeno para um resultado preciso. A cesariana não deve ser evitada, pois em muitos casos ela é necessária para que a mãe e o bebê fiquem fora de algum tipo de risco ou complicação.