A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que a introdução alimentar comece a partir dos seis meses de idade. No entanto, o tema ainda é motivo de dúvidas e inseguranças para muitos pais. Recentemente, a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) lançou um guia sobre alimentação complementar e BLW para ajudar os pais nesse processo.
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O “ Guia Prático de Atualização – A Alimentação Complementar e o Método BLW ” foi desenvolvido pelo Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria atualizando informações de 2012. O documento apresenta dados e estudos sobre alimentação infantil com recomendações específicas para o período após o aleitamento materno exclusivo.
Alimentação complementar
Tem o nome de alimentação complementar o momento que a criança começa a receber alimentos sólidos + leite materno. Levando em conta fatores comportamentais e nutricionais, as recomendações da SBP são:
- A evolução da consistência deve ser gradual, sendo assim, os primeiros alimentos oferecidos devem ser em forma de papas;
- Todos os grupos alimentares devem ser oferecidos a partir da primeira papa principal;
- A refeição deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar;
- O ritmo da criança deve ser respeitado, de acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor;
- Recomenda-se o uso do nome "papa principal" e não "papa salgada".
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Método BLW
Além da alimentação complementar, o documento abordou o método BLW (Baby-Led Weaning). O método consiste em oferecer os alimentos complementares em pedaços, tiras ou bastões – sem colher ou adaptação da consistência da comida para o bebê, como amassar, triturar ou desfiar. É uma abordagem que encoraja os pais a confiarem na capacidade da criança de se alimentar sozinha.
O documento diz que não é possível afirmar que esse é o único método correto e eficaz de introdução alimentar. A SBP reconhece que, além de oferecer os alimentos amassados com a colher, é interessante que a criança explore os alimentos com as mãos. ”Deve-se estimular a interação com a comida, evoluindo de acordo com seu tempo de desenvolvimento”.
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Considerações finais
“As orientações são coerentes com o desenvolvimento infantil, mas limitar o processo da alimentação complementar a essas duas abordagens pode não ser prático para muitas famílias. Por isso, os pais não devem ver esses métodos como a única forma de alimentação infantil”, finaliza o documento da Sociedade Brasileira de Pediatria.