Mike e Camille, do estado da Geórgia, nos Estados Unidos, se conheceram em 1973 quando trabalhavam no mesmo hospital. Ela atuava como enfermeira e ele, como pediatra. Além do local de trabalho, o casal tinha outro ponto em comum: sonhava em ajudar crianças com deficiência e condições especiais que eram abandonadas pelos pais.
“Quando Mike me pediu em casamento, eu falei a ele que queria fazer uma casa para crianças com deficiência e ele disse: ‘Eu quero seguir seu sonho‘”, afirma Camille em entrevista à CNN. A primeira adoção do casal foi feita em 1986 e, desde então, não pararam mais. Eles ficaram juntos por 40 anos e durante esse tempo adotaram 88 crianças com necessidades especiais.
Entre elas, 17 crianças eram diagnosticadas com síndrome de Down, outras com síndrome de Zellwegger, autismo, deformações no crânio e condições terminais. Camille conta que quando levou as crianças para casa já esperava que algumas não vivessem por muitos anos. No entanto, isso não foi encarado como um problema. Para eles, o mais importante era oferecer aos filhos um ambiente confortável e cheio de amor para viverem.
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Além das crianças que adotaram, Camille e Mike também tiveram três filhos biológicos. Porém, ao longo dos anos, eles perderam mais de 30 crianças – o que já era esperado, afinal, algumas estavam em estado terminal.
Felizmente, outros conseguiram atingir a vida adulta de forma saudável e feliz graças aos cuidados dos pais. De acordo com a mãe, a maioria está trabalhando e conseguiu construir a própria família.
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Fundação Possível Sonho
Após adotarem as primeiras crianças, Camille e Mike ampliaram e concretizaram o sonho, criando a “Fundação Sonho Possível” – uma associação que tem como objetivo ajudar crianças com deficiência e oferecer auxílio às famílias com projetos educativos e treinamento profissional. Mesmo depois da morte de Mike, em 2016, Camille continuou comprometida com o projeto do casal e, atualmente, ela mora e cuida de 20 filhos.