Em algumas famílias, os bebês dormem com os pais nas primeiras semanas de vida. Os motivos variam. Pode ser para facilitar a amamentação ou por cuidado e precaução. No entanto, o debate sobre o tema é extenso e divide opiniões. Algumas pessoas defendem a cama compartilhada, outras acreditam que o berço no quarto dos pais é suficiente e ainda há quem seja contra as duas opções.
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Dormir no mesmo ambiente do recém-nascido pode ser prático para os pais, mas requer alguns cuidados. "No começo, ainda não há uma rotina nas mamadas e ter o bebê no mesmo quarto pode facilitar", explica a neuropsicóloga Deborah Moss. Porém, ela alerta que o recém-nascido dormir na mesma cama dos pais é muito perigoso, já que criança corre risco de ser sufocada ou até mesmo esmagada pelos adultos durante o sono.
Recentemente, a Academia Americana de Pediatria (AAP) divulgou recomendações aos pais. "Há evidências de que dormir no quarto dos pais, mas em uma superfície separada, diminui o risco de morte súbita durante o sono em 50%", orienta.
Quando os pequenos crescem
Em relação a crianças maiores que dormem com os pais, a médica explica que há duas situações diferentes. "Existem famílias que tomaram a decisão da cama compartilhada de forma consciente e planejada, onde a prática faz parte de ideais de educação. Por outro lado, existem casos em que as crianças dormem com os pais por falta de opção”.
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Para ela, no primeiro caso não há malefícios, já que faz parte do processo de criação adotado pela família. Já na segunda situação afeta a intimidade dos pais e interfere nos hábitos da criança, pois o momento do sono fica sempre atrelado aos pais.
Além disso, ela não recomenda que a criança inicie o sono no berço e vá para a cama dos pais em algum momento da noite. "O sono dela fica confuso, ela fica insegura sobre o que está acontecendo”, explica.
Certo ou errado?
A neuropsicóloga reforça que dormir com os pais é uma questão que deve ser avaliada e decidida em conjunto pelo casal. E não há certo ou errado. Se os pais julgarem ser melhor, os filhos podem seguir na cama deles, por exemplo. O apresentador Marcos Mion postou em seu Facebook um texto defendendo a prática. "NUNCA deixei nenhum filho meu se esbugalhar de chorar até dormir de cansaço e desesperança! Aliás, nunca deixei filho meu dormir sozinho até querer!!". Ele é pai de três filhos.
A criança terá o quarto dela?
Ter os pequenos no quarto dos pais pode ser uma decisão temporária. Se a ideia for, por exemplo, facilitar a rotina logo que o bebê nasce e depois levá-lo para o berço no quarto dele, a médica indica ajudar o filho a se adaptar a dormir sozinho logo cedo. "O ideal é que se faça a mudança de quarto entre 4 meses e um ano e meio de idade”, orienta Deborah.
Mas, se a família está encontrando dificuldades para reverter a situação depois de o pequeno ficar mais velho, a médica dá algumas dicas para fazer o processo de transição da melhor forma.
"O primeiro passo é apresentar o quarto à criança, já que ela reconhece o ambiente dos pais como dela", explica. Também é interessante fazer um ritual de passagem, deixando o clima confortável para que ela se reconheça naquele local. Escolher um edredom do personagem preferido, por exemplo, é uma ótima ideia.
Nas primeiras noites a mãe ou o pai podem dormir no quarto com ela. No início, os pais devem dormir em um colchão no chão e aos poucos irem se afastando, até sair por completo e a criança conseguir ter uma noite de sono completa e sozinha sem a cama compartilhada.