Organizar gastos pessoais e traçar metas para o futuro é a solução, indicam especialistas
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Organizar gastos pessoais e traçar metas para o futuro é a solução, indicam especialistas


O ano novo está próximo, e com a chegada dessa celebração, muitas pessoas começam a desenvolver metas e objetivos para o futuro. Entre esses planos, o planejamento financeiro é um dos mais essenciais, já que ele pode ditar e coordenar outros, como a conquista de uma casa própria, um carro ou uma viagem. 

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“Ter uma vida financeira saudável é um desejo comum de muitas pessoas”, explica a contadora e criadora de conteúdo Luísa Souza. “Quando mais da metade da população está sobrevivendo de pagamento por pagamento, é muito difícil tratar desse assunto de uma forma realmente sensata. Por isso, a educação financeira deve ser uma forma de guiar, não uma regra excludente. O planejamento financeiro é isso.”

Mas o que é, tecnicamente, esse planejamento financeiro? “É uma forma de administrar as nossas finanças pessoais, que garante um empoderamento financeiro, e ajuda a traçar metas financeiras de curto e longo prazo”, explica Lucas Radd, sócio-fundador e CEO da Rufy, plataforma de saúde financeira. “O planejamento evita possíveis excessos e identifica oportunidades de maximizar o nível de poupança, a fim de alcançarmos nossos sonhos e metas de vida.”

Sem um plano financeiro, é quase impossível alcançar metas a longo prazo, já que elas exigem uma dedicação mais extensa. A falta de organização dos próprios recursos também pode levar qualquer indivíduo a gastar além do necessário e depender de recursos não tão benéficos, como o aumento do limite do cartão de crédito, cheque especial e até empréstimos.

Radd explica que esse tipo de planejamento afasta ‘dores de cabeça’ e traz segurança para quem o segue: “por exemplo, quem tem um sonho nos planos financeiros resiste à tentação diante de uma promoção. As metas nos lembram o que de fato é importante e mantêm o foco no longo prazo”, afirma.

Por mais que esse planejamento exija certas restrições, o educador reitera que organizar as próprias finanças não é sinônimo de avareza. “Costumo brincar que não vamos ao nutricionista para passar fome, vamos para entrar em forma. A mesma coisa acontece no caso do planejamento financeiro. Não queremos passar vontades, queremos alcançar mais rápido o que realmente é importante para nós.”

O primeiro passo a ser tomado, segundo os especialistas, é analisar como o ano de 2022 se desenvolveu financeiramente. Conheça seus hábitos financeiros e faça um balanço de quanto dinheiro foi movimentado em sua conta nos últimos doze meses. Ao invés de tentar estimar seus gastos, use dados concretos, como faturas de cartão de crédito, boletos e comprovantes. 

Com esse valor em mãos, você pode estimar o seu gasto mensal em 2023. “É importante estimar, mesmo que de forma genérica, qual será o seu nível de gasto mensal. Ou seja, é importante saber qual será o seu orçamento mês a mês e se programar para gastar dentro deste limite das suas receitas, como salário e outras rendas. Isso pode ser feito através de um caderno, planilha ou plataformas especializadas como a da própria Rufy”, explica Lucas.

A próxima dica é se perguntar o que você quer conquistar em 2023 em relação à 2022. Refletir e listar o que se deseja para o próximo ano é um bom início. “O planejamento ocorre quando você consegue definir uma data, mesmo sem saber se vai dar certo. Qual é o valor do que você quer? É um carro, uma casa, é a liberdade financeira? Daí você vai definindo ações para executar durante o dia, a semana, o mês, o ano”, explica a estrategista financeira Jenni Almeida.

Se você tem dívidas, é importante priorizá-las. Lucas também aconselha que, além disso, a antecipação de despesas também é uma aliada da organização financeira.  O profissional alerta que custos como IPTU, IPVA, material escolar, licenças profissionais, férias, entre outras, são gastos que sempre afetam o orçamento, e se não estiverem contabilizados, podem, de fato, afetar planos.

Prioridade deve ser das dívidas, explicam especialistas
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Prioridade deve ser das dívidas, explicam especialistas

Com base na quitação de dívidas e no planejamento de gastos, é possível delimitar o seu comportamento financeiro em 2023. Vale pensar em qual forma de investimento é mais viável: investir, guardar, poupar. Lucas afirma que o número de possibilidades de aplicações oferecidas é gigantesco - para cada perfil, existe um investimento. 

Um dos maiores desafios desse processo é a disciplina. “Assim como outras atividades, como dietas ou atividade física, a disciplina de longo prazo é fundamental para ter sucesso. Por exemplo, se o objetivo é economizar todos os meses parte do salário para a velhice, mas se os deslizes com gastos por impulso e supérfluos forem frequentes, isso poderá prejudicar todo o planejamento. Portanto, cuidado com os gastos por impulso no cartão de crédito”, explica Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos na The Hill Capital.

O equilíbrio também é essencial, aponta Bolzan. Segundo o profissional, não adianta definir objetivos ousados para poupar grande parte do salário e não conseguir, nem poupar uma parte muito pequena, que não terá impacto algum. 

O especialista também alerta que ter uma reserva de emergência é imprescindível para qualquer um. “Esse valor pode variar muito para cada indivíduo, mas recomenda-se de 6 a 12 vezes os gastos mensais”, reporta.

Para quem sente mais dificuldade em se organizar financeiramente, vale buscar por ajuda profissional da área. “Muitas pessoas acreditam ainda que conseguem resolver tudo sozinhas, mas nem sempre o que se faz no dia a dia traz as habilidades para conseguir decidir sobre o dinheiro”, retoma Jenni.

“Não precisa sentir vergonha de pedir ajuda de um profissional para decisões superimportantes como comprar uma casa ou escolher um investimento. É por isso que você acorda de manhã e vai trabalhar, para de fato conquistar. O planejador financeiro faz com que você não tome decisões erradas, faz com que você tenha de fato a visão do chão, de onde você vai pisar no próximo passo”, finaliza a profissional.

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