As eleições causaram um racha em muitas famílias e amizades.Mas reunir familiares e amigos para acompanhar as partidas de futebol da Copa do Mundo é um hábito nacional, que ganha outro nível de importância depois de uma eleição marcada pela divisão e desfecho de revolta entre vencidos. Todos precisam reestabelecer a vida social, independente das questões políticas. A dúvida é: será que é possível?
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Para o dr. Alexander Bez, especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), e em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), a eleição não apenas dividiu as pessoas, mas decretou o fim definitivo de amizades, casais e de familiares. "O país está dividido e afirmar quem tem mais razão ou quem não tem — só pode ser feito através de “provas comprobatórias”, de preferência irrefutáveis! E mesmo assim, parece haver inúmeras (emocionais) considerações contrárias à opinião alheia. Continuando a dividir ainda mais as pessoas no tópico da política".
A primeira providência, segundo o médico, é pensar no país em 1º lugar. "Lembrando de que milhares de amizades, casais e familiares — são honestos. Preservar essas relações seria o mais correto a ser feito. Saber lidar com as frustrações. A copa pode até unir muitas pessoas, mas não todas! O primeiro passo é não falar de política no decorrer dos jogos e torcer para o nosso país", aconselha.
De que maneira dá fazer essa reaproximação? "Respeitando a escolha do outro (independentemente de quem está certo ou errado); Saber trocar de assunto (antes que hajam maiores divergências); Evitar de tocar no assunto, pois será um estímulo à violência); Separar as qualidades do amigo (a), as elevando ante a posição política; Lembre-se de momentos que os fizeram ser amigos.
A psicóloga Ana Carolina de Carvalho Pacheco fez até um Guia de Conciliação. Confira!
• SEJA CORAJOSO(A) - Quem quer refazer contato seja com amigos, parentes e outras pessoas com quem pode ter tido rusgas e rupturas por motivação política precisa ter coragem! Pois, será preciso baixar a guarda, engolir o orgulho e priorizar o convívio novamente
• SE LIVRE DE EXPECTATIVAS - Ao fazer o primeiro contato pós ruptura é muito importante ir sem ter grandes expectativas. Já que o outro pode ficar muito satisfeito com a reaproximação e imediatamente já fazer os arranjos, mas pode acontecer de a pessoa procurada não ser tão calorosa de imediato ou nem pretender mais reatar esse laço.
• CONFIE NO PODER DO TEMPO - Neste último caso, (da pessoa não pretender mais reatar) será preciso dar tempo ao tempo.
• EVITE POLÊMICAS DESNECESSÁRIAS - Se o encontro acontecer, convém evitar o assunto que gerou o afastamento em um primeiro momento. Existem assuntos que as pessoas discordam e a tranquilidade permanece simplesmente por que é uma questão de respeitar a postura do outro. Porém, se não há abertura para conversar com tranquilidade sobre qualquer assunto específico não há por que este ser mencionado.
• CONSIDERE RECURSOS TERAPÊUTICOS - Inclusive, lembro que pessoas que ficam muito alteradas recorrentemente diante de certos assuntos, merecem trabalhar seu emocional com um psicólogo.
• DEFINA PRIORIDADES - Diante de diferenças sobre todos os demais aspectos, é preciso refletir. As diferenças se tornam insuportáveis, ou as qualidades do outro fazem valer a pena continuar investindo na relação?
• TENHA BOM SENSO - Se as qualidades prevalecem é preciso acolher e respeitar os pontos de vista de cada um e evitar assuntos muito discordantes, que sabidamente alteram ânimos dos envolvidos ao tentar debatê-los.
• ATENÇÃO AOS EXCESSOS Atitudes ríspidas em graus muito elevados podem revelar algum distúrbio psiquiátrico envolvido. Em casos mais brandos, provavelmente, vamos encontrar algum conflito emocional. A atitude conflitiva é uma das características de um indivíduo que está passando por conflitos próprios emocionais, assim como a intransigência, a falta de empatia, entre outros aspectos. Estresse, ansiedade, irritabilidade constante são sintomas que podem e devem ser tratados com psicoterapia. Uma pessoa que está sempre reclamando de tudo também precisa de tratamento, pois isso cria um estilo de vida infeliz, mas que pode ser desconstruído.
• OPORTUNIDADE DE EVOLUIR - o indivíduo pode desaprender a ver tudo e todos como um obstáculo na vida. Algumas vezes, o tratamento medicamentoso psiquiátrico pode ser indicado, mas a psicoterapia é fundamental e indispensável, em especial se o tratamento medicamentoso for recomendado.
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