Marcela Rezende, C-level da MadeiraMadeira
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Marcela Rezende, C-level da MadeiraMadeira

Em outubro, foi realizado, na sede da ONU em Nova York, um evento do Pacto Global da ONU Brasil para debater sobre o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com grandes lideranças empresariais brasileiras e internacionais. Uma das pautas foi justamente diversidade e como avançar na equidade de gênero.  

Marcela Rezende, VP de Marketing, Branding e Comunicação do unicórnio MadeiraMadeira foi uma das C-levels convidadas para falar sobre o tema. “Eu tenho 20 anos de carreira no marketing e posso confessar que a caminhada até aqui não foi tão fácil. Principalmente por eu ter no meu currículo uma indústria de bebidas, que é majoritariamente masculina. As pessoas precisam se sensibilizar com isso e trazer essas pautas para serem discutidas e efetivamente colocar ações em prática para mudar o cenário atual de desigualdade”, afirmou a executiva durante o evento. 

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Marcela Rezende tem lugar de fala, já esteve sentada em reuniões onde a maioria absoluta era de homens. Também sentiu na pele os efeitos do machismo enraizado durante sua trajetória. Se dedicou exclusivamente à carreira por muitos anos, mas ao se tornar mãe percebeu que queria ajudar mais outras mulheres.

"Depois que virei mãe e passei pela pandemia muita coisa mudou, passei a ver a equipe como filhos. Olhando outras mulheres eu decidi: vou dar essa mão às pessoas ao meu redor. A gente vive o machismo estrutural e acho que as mulheres ainda competem pois é tão difícil chegar naquele lugar, que competem. Eu peciso ser agente de mudança. Conheci o Todas Group, da Tatiana e da Dafne, e desde o princípio eu falei: contem comigo!", revela a executiva.

Marcela Rezende ostenta uma carreira de sucesso. Conta que ainda estava na faculdade, a ESPM do Rio, quando um professor apresentou um case da L’Oréal. "Ao final da aula, decidi que queria trabalhar lá. Perguntei ao professor onde aquela empresa ficava, e ele me disse que era a três quarteirões. Fui andando com o currículo na mão, não podia deixar na recepção. Ligaram pro RH e o resumo de uma história longa foi que fiquei mais de 10 anos lá", diz, sobre o início de sua trajetória. 

Em 2008, desafiou o óbvio do marketing para a época (investir em revista, TV e jornal) e lançou um projeto da área de tintas para cabelo da L'Oréal na internet. "Ninguém acreditava no digital, nem meu chefe, mas depois da ação, a marca voltou para a liderençal e o projeto ganhou prêmios." E ela, mesmo sem um cargo de direção, pediu para ser expatriada. Marcela ficou 5 anos em Paris, em 2013 voltou para comandar a localização de Maybeline no Brasil, e foi chamada pela Estéer Laudée, onde passou um ano, até ir para o mercado de bebidas.

Na Baccardi, foi convidada pra ir pro México. “Você percebe que a minha vida estava focada no trabalho. Quem me pedia em casamento com a propsta de 'vc larga o emprego e fica comigo' ficava sozinho”, lembra. O atual marido, na época namorado, incentivou a ida de Marcela para o México. Ela foi com uma condição: passar uma semana morando no Brasil e três lá. Depois ela assumiu uma posição em Nova York, e ficou quatro anos tendo duas casas, uma no Brasil, onde ficava uma semana e o restante passava viajando o mundo.

Em 2019, veio a notícia. Marcela estava grávida. Mesmo nessa condição, a Alpargatas quis repatriá-la para cuidar de Osklen e Mizuno. "Fui preconceituosa com minha situação, mas eles disseram que me queriam mesmo assim. Me contrataram seis meses, entrei de licença, fiz cesárea. E estava trabalhano indo pra sala de parto do Pedro, com 3 anos hoje. Meu marido falou: dá para parar agora?", recorda-se.  

Depois de dez anos morando fora do Brasil, Marcela aproveitou para ver o que estava acontecendo em sua área e fora dela. Recebeu um convite para fazer parte da startup de mentoria MeetHub e também passou a investir e sentar em boards. “Durante a minha licença maternidade comecei a estudar sobre o ecossistema de inovação no Brasil, a fazer conexões e entender os movimentos que ocorreram no país enquanto estava fora”.

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Foi então que um headhunter a buscou para uma posição na MadeiraMadeira e após conhecer os fundadores e o propósito da empresa, ela decidiu fazer a migração de 17 anos atuando em multinacionais para um unicórnio. “Pra mim, foi uma oportunidade de trabalhar em uma empresa que nasceu no digital, algo totalmente diferente do que eu tinha feito até agora. Depois que virei mãe, comecei a priorizar ainda mais o meu tempo e direcioná-lo para projetos com propósitos diferentes, que foi o que eu encontrei na MadeiraMadeira”.

Marcela diz que aprende muito no dia a dia. "Aqui todo dia é nosso day one", explica. Ela também pode manter a agenda de liderança. Na MadeiraMadeira, 47%, mulheres, 37% na liderança, com cuidado para promoção à diversidade e grupos minorizados. "Não trabalho essa liderança feminina sem os homens, a gente precisa deles."


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