Amanda Santos hoje é CEO da empresa de roupas AMD Moda Feminina, após estar envidada durante a pandemia
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Amanda Santos hoje é CEO da empresa de roupas AMD Moda Feminina, após estar envidada durante a pandemia

Dona da marca AMD Moda Feminina, Amanda Santos, de 28 anos, trilhou um longo caminho até ter a sua empresa de sucesso. Com altos e baixos e duas falências, mas sem nunca desistir, Amanda levou quase 10 anos para finalmente conquistar o seu sonho: uma marca de roupas que alcançasse diferentes mulheres e corpos. 

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Segundo Amanda, o seu empreendedorismo começou logo na infância. Filha de uma família pobre, foi incentivada desde criança, por sua mãe, a trabalhar para poder conseguir o que queria, vendendo bijuterias, miçangas e doces para as colegas de escola. 

“Desde muito nova eu sempre quis ter as minhas coisas, mas na época da escola, quando eu pedia para a minha mãe, coisas como um tênis, ela dizia que não tinha dinheiro. Eu perguntei ‘o que tenho que fazer para poder ter dinheiro?’, ela me disse para vender o que eu conseguia. Comecei a vender na escola trufas, pão de mel, pulseira de miçanga, o que eu conseguia para ter o meu dinheiro”, relembra. 

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Apesar da inclinação para o empreendedorismo desde pequena, durante a vida adulta ela acabou se afastando desse caminho por certo tempo, especialmente por não acreditar que alguém que veio de uma situação econômica mais baixa poderia se sustentar do próprio negócio. 

Ela se formou em gestão comercial e gestão financeira, todas as faculdades com bolsa de estudo integral e entrou no mercado de trabalho. Entretanto, aos 18 anos, a Amanda conta que o seu jeito de se vestir chamava a atenção de suas colegas de trabalho, ao  ponto de perguntarem aonde ela comprava suas roupas. Essas situações despertaram novamente seu espirito empreendedor. 

“Em uma das empresas onde eu trabalhava, as meninas sempre perguntavam ‘Nossa Amanda, você vem com essas roupas lindas, onde você compra?’, eu vi isso como uma oportunidade e comecei a revender roupas de outras marcas. Comprava no atacado e vendia no varejo”, relata a empresária. 

Além de vender para as mulheres de seu emprego fixo, ela começou a fazer entregas através do metrô e nos finais de semana em salões de beleza, até que conseguiu abrir um ponto físico no bairro do Brás, em São Paulo. Mas após 3 anos, sua loja foi à falência. 

“Com isso eu me frustrei, estava afundada em dívidas e tive que voltar para o mercado de trabalho para pagá-las. Porém, depois de alguns anos, com o meu trabalho fixo e ainda revendendo roupas, eu consegui expor as minhas peças em um espaço colaborativo de empreendedores negros. Com isso, eu comecei a ter mais clientes. Aluguei uma sala e com outros empreendedores nós fazíamos as exposições das peças”, diz. 

Embora os negócios tenham corrido bem durante certo tempo, em 2019 Amanda acabou levando outro golpe da vida. Ela sofreu um assalto em uma exposição, perdendo completamente todas as suas mercadorias. 

“Pela segunda vez eu vi meu negócio indo por água abaixo. Eu realmente pensei que empreender não era para mim. Eu não tinha dinheiro e isso me fez me sentir muito desmotivada, as minhas clientes até fizeram uma vaquinha online para me ajudar. Com esse dinheiro eu abri um brechó, para poder também recuperar um pouco do dinheiro que perdi. Mas não tinha mais forças para poder continuar o meu negócio”, conta. 

Desmotivada e sem esperanças, Amanda passou algum tempo sem querer empreender, até a chegada da pandemia. Com o salário reduzido pela metade e sem comissões, ela se viu obrigada a voltar novamente para o mundo do empreendedorismo. 

Mulher negra em pé
Divulgação/ Amanda Santos

Amanda Santos cria roupas com estilo "gringo" para mulheres de diferentes corpos

“Eu pensei, ‘meu Deus o que eu vou fazer?’, a única opção que eu encontrei foi  retomar ao meu negócio, o meu sonho, decidi ‘vou tentar mais uma vez’. Só que agora eu vou fazer de uma forma como eu nunca fiz das outras vezes, vou me dedicar cem por cento ao meu negócio. Eu falei com meu marido, pedi para ele cuidar um pouco das contas, para eu conseguir viver o meu sonho”, recorda Santos. 

Com um empréstimo de apenas 400 reais, Amanda começou o seu novo negócio, entretanto, desta vez ela decidiu confeccionar as próprias peças,  vendendo na internet pelo Instagram. Em alguns meses, ela possuía renda e engajamento suficientes para abrir um espaço físico. 

“Eu verificava que as marcas não faziam roupas inclusivas, ou seja, que vestiam em todos os tipos de corpos. Por isso eu comecei a confeccionar as minhas roupas para o corpo da mulher brasileira. Mulheres com uma perna mais comprida ou com o quadril mais largo e cintura mais fina e foi aí quando tudo começou a mudar para mim. É uma história de superação. Por esse motivo que eu quero contar minha história para poder inspirar outras mulheres que se identificam comigo, que vêm de onde eu vim, da periferia, sem condições de nada e mostrar que sim é possível a gente viver do nosso empreendedorismo se a gente acreditar nos nossos sonhos e não desistir com as dificuldades. Eu não desisti e para poder dar certo demorou quase dez anos”, conclui a empresária.

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