Contadora de formação, depois de trilhar uma carreira na indústria de Minérios, Andrezza Rodrigues decidiu que iria trabalhar com inovação e colocar em prática tudo o que aprendeu no mercado tradicional. Seu foco: as mulheres microeemprendoras, mas micro mesmo. Em uma pesquisa informal no Instagram, percebeu que havia uma enorme demanda por um produto tecnológico de finanças para esse público. Em 2019, estava criada a Her Money, que se comporta como uma assistente financeira virtual.
Essas micro empreendedoras costumam ter muita dificuldade em gerenciar os negócios, quanto ganham, quanto gastam, e a Her Money gera todo fluxo de caixa. É comum as mulheres serem boas pagadoras, mas ficam à margem do crédito pois têm essa dificuldade no gerenciamento do negócio. “No máximo elas têm um caderno onde fazem os lançamentos e se vão buscar crédito não passam nem na porta”, avalia Andrezza.
Com o Her Money elas ganham a possibilidade de gerir e gerar recursos financeiros. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 55% das empreendedoras classificam como difícil ou muito difícil conseguir crédito no Brasil.
O estudo mostra ainda que elas querem crédito para incrementar o capital de giro (38%), pagamento de dívidas (35%), ampliação do negócio (35%) e compra de estoque e insumos (25%). Outro estudo realizado pelo Sebrae em 2019 aponta que o valor médio de empréstimos liberados para as mulheres é de aproximadamente R$ 13 mil a menos que a média aprovada para os homens, além de pagar taxas de juros 3,5 pontos percentuais acima do sexo masculino. Já em relação aos índices de inadimplência, 3,7% das mulheres estão inadimplentes, enquanto os homens apresentam um indicador de 4,2%.
Para Andrezza Rodrigues, dar crédito para as mulheres abre o leque de oportunidades para negócios e crescimento pessoal e profissional. “Quando apoiamos o crédito e facilitamos o desenvolvimento de uma mulher, estamos fazendo um investimento que impacta toda a nossa sociedade, porque esta mulher vai aumentar seu faturamento, vai contratar mais pessoas e vai pagar uma escola melhor para seu filho”, observa a executiva.
Com a HerMoney esse cenário pode mudar. Trata-se de uma startup feita por mulheres e para mulheres que constrói e controla a gestão financeira do negócio por meio apenas da câmera do celular, de maneira rápida e simples. A plataforma gera automaticamente informações relevantes que ficam disponíveis online e possui inteligência de dados para o envio de pushes de insights, metas e lembretes (contas a pagar, a receber e outros). É a startup mais nova e a única liderada por empreendedoras a conquistar o prêmio na categoria ‘Startup Revelação’ na mais importante premiação do ecossistema brasileiro de inovação: o Startup Awards 2k21.
Movimento “Adote uma Empreendedora
Em maio, Andrezza lançouo o movimento “Adote uma Empreendedora e transforme um sonho em realidade”. O objetivo do movimento é dar acesso a toda tecnologia de automação e inteligência financeira que a startup criou, para que duas mil microempreendedoras - que possuem o seu próprio negócio e não dispõem de recursos para pagar a assinatura - utilizem a plataforma gratuitamente.
O programa funciona da seguinte forma: a empreendedora é adotada por uma pessoa física ou jurídica que paga uma cota (a partir de R$ 564), a qual dá acesso a 12 meses ao sistema de controle financeiro da HerMoney, além disso, como bônus a empreendedora ganha mentoria com especialistas em finanças e acesso gratuito aos materiais de gestão financeira. Com esse acesso, durante um ano o negócio ganha a assistência necessária para sobrevivência e o auxílio para que a mulher possa seguir sua jornada empreendedora.