No último dia 14, foi ao ar o primeiro episódio da série "O Tempo que a Gente Tem", apresentado por Leilane Neurbath e exibido pelo canal GNT, que fala sobre a longevidade. O tema é uma realidade em sua vida pessoal, já que ela mesma passou por um processo de aceitação da passagem do tempo.
Em entrevista ao Uol Universa, ela conta que chegou a fazer três festas de aniversário de 39 anos porque achava que aos 40 estaria velha para comemorar. Hoje, aos 62, ela conta ao portal que isso é passado.
"Antes eu tinha pavor de envelhecer. Hoje não estou preocupada com nada além de ser feliz. Tenho meus amigos, meus filhos, meu neto e minha namorada. Só procuro estar cercada por uma rede de afeto", conta.
A ideia de ter um programa para desmistificar a melhor idade veio depois de dar de cara com os estereótipos do que significava ser uma avó. Ela recebeu mensagens e imagens da escola do neto que afirmavam que a avó era recatada, fazia crochê e fazia bolos, por exempo.
"Não sou essa avó. Tenho uma vida, uma namorada, ando de moto, mas isso não está representado nem na TV aberta e nem na TV fechada, muito menos no streaming", afirma.
O público 50+, ao seu ver, é mal representado por definições que são sempre negativas. Por outro lado, ela pensa que isso preocupa pessoas mais jovens. "As pessoas de 39, 45 anos têm muito mais medo da velhice do que eu, que tenho 62", afirma.
"Tenho rugas sim, e daí? Quando era adolescente tinha espinhas. Não morri por conta disso. Do mesmo jeito que antigamente eu passava creme para espinha, hoje eu passo produto para cuidar da pele. Não preciso impressionar ninguém. Atualmente eu só quero que as pessoas me ouçam, quero trocar experiências", acrescenta.
O sexo na terceira idade é um dos tópicos debatidos no programa, e Leilane quer mostrar pela série que o sexo pode também ser prazeroso nessa idade. Além disso, as entrevistadas apontam que não é necessário parar de se aventurar e experimentar coisas novas, como sex toys ou práticas diferentes.
Por fim, Leilane conta sobre seu relacionamento com a namorada, a jornalista Gaia Maria. Ela foi bastante questionada se sempre foi lésbica e reprimia sua orientação sexual. A jornalista passou mais de 20 anos casada com o diretor, roteirista e redator Olivio Petit.
"Eu era feliz pra caramba no meu casamento, mas acabou. Quando me separei, descobri que eu podia viver uma nova forma de amor, que nunca tinha passado na minha cabeça. Não enfrentei preconceito. Claro que meu ex-marido não ficou feliz, mas não foi nada demais. Se fosse para me encaixar em uma caixinha, diria que sou bissexual."