
A robótica é a área da ciência que se dedica ao estudo e construção de robôs, área que tem sido cada vez mais ampliada depois da chegada da pandemia da Covid-19, que acelerou o processo de automação das empresas. De acordo com um relatório do McKinsey Global Institute, a Latam, por exemplo, tem um potencial de automação de 48,9%. Segundo Jennifer Mendieta, gerente de marketing da Universal Robots, o processo ajuda as pessoas a permanecerem no trabalho, assegura as cadeias de abastecimento e alimenta novos modelos de negócios.
“A automação de um processo é a capacidade tecnológica de executar uma série de tarefas que anteriormente eram realizadas por humanos e que atendem aos critérios de robotização”, explica. Os cursos universitários mais indicados para quem se interessa em seguir a profissão são engenharia robótica, engenharia mecatrônica e engenharia eletrônica.
De acordo com Jennifer, o número de mulheres na área está aumentando, mas ainda é um setor predominantemente masculino. “Eu diria que atualmente estamos em um cenário 80-20, ou seja, 20% dos trabalhadores que desempenham funções relacionadas à robótica são mulheres. Entretanto, isto é algo que as novas gerações estão mudando e certamente, a médio prazo, veremos um cenário mais equilibrado”, diz.
Entre as dificuldades que as mulheres podem enfrentar estão a falta de credibilidade, desigualdade salarial e menos oportunidades de emprego. “A maternidade tem um efeito diferencial na carreira da mulher também: está associada a uma redução ou mesmo a uma interrupção de sua dedicação à carreira profissional. Entretanto, cada vez mais empresas estão preocupadas com esta situação e tentam reduzir esta realidade”, pontua.
A robótica compreende um segmento muito diversificado: com um amplo mercado para implementação, desde grandes empresas do setor automotivo e alimentício, além de pequenas e médias empresas. No entanto, por ser um setor de grande inovação no qual a criatividade não tem limites, torna-se um mercado muito competitivo e exigente.
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No Brasil, as mulheres representam 32% da força de trabalho nas indústrias. As áreas que mais empregam abrangem serviços de confecção e artigos de vestuário, segundo o Portal ODS. Na indústria têxtil, elas são 70% do 1,7 milhão de colaboradores empregados no Brasil.
Outro estudo que mostra esse mercado, é o da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que revela que a cada quatro pessoas empregadas da indústria, uma é do sexo feminino. Essa participação nas fábricas cresceu 14,3% em 20 anos, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego.
Entre os segmentos que mais cresceram com esse tipo de contratação no mesmo período, estão o de mineração (65,8%), material de transporte (60,8%), alimentos e bebidas (49,3%), madeira e mobiliário (39,3%), indústria mecânica (37,3%) e papel e gráfico (24,7%).
Para pessoas que desejam trabalhar fora do Brasil, Jeniffer comenta que os países mais promissores são os EUA, China, Japão e Alemanha. “Hoje são países que apostam muito na implementação robótica e na automação industrial, o que faz com que se preocupem com programas de incentivo para essa especialização”, explica.
Jennifer ainda diz que a robótica tem a vantagem de se encaixar em qualquer tipo de indústria e de todos os tamanhos. “A automação transforma a indústria e a cada dia as empresas estão conscientes de que para crescer é essencial integrar a tecnologia aos processos de produção. Portanto, ter pessoas altamente qualificadas é indispensável, o que abre as portas para novos e mais empregos”, termina.