Mulheres na tecnologia
Foto de Christina Morillo no Pexels
Mulheres na tecnologia


Cada vez mais as  mulheres estão ganhando destaque e espaço na tecnologia tanto por iniciativas próprias quanto por ações das empresas. Uma pesquisa da KPMG com a Harvey Nash mostra que 16% das  posições sênior na tecnologia são ocupadas por mulheres na América Latina, passando na frente do Reino Unido, que conta apenas com 4%. 

O estudo atribui o aumento de lideranças femininas na região a dois pontos: o crescimento de STEMpreneurs (fundadoras de negócios relacionados à ciência, engenharia, matemática e startups de base tecnológica ) e o surgimento de programas específicos para trazer mais mulheres para o mundo da tecnologia. Contudo, muito trabalho ainda precisa ser feito para mudar este cenário .

Falta identificação

O problema começa ainda na infância , quando meninas incorporam falsas percepções sobre suas habilidades intelectuais e o meio em que vivem. Ainda que a maioria delas sejam boas em matemática, muitas apresentam medo e ansiedade quanto ao próprio desempenho. Inclusive, um estudo realizado pela Associação Americana de Pesquisas Educacionais (2016) mostrou que o fato das professoras serem mulheres influencia nas crenças de quem é bom em matemática.

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O resultado é que apenas 34% das pessoas que possuem algum diploma em cursos científicos ou técnicos são mulheres e apenas 28% dos cientistas e engenheiros do mundo são mulheres. Os dados são do Gender Scan, um coletivo de organizações contra o sexismo, que atualmente está fazendo uma chamada para que governos de todo o mundo publiquem oficialmente um ranking anual das formações científicas e tecnológicas, de acordo com a porcentagem de mulheres estudantes e graduadas.

Mudança interna

Ainda que o meio da tecnologia seja predominantemente masculino e reforce estereótipos machistas, algumas empresas estão se perguntando como é possível transformar isso. Geralmente as respostas e iniciativas vêm das poucas mulheres que trabalham no local, comumente no setor de recursos humanos, vendas ou marketing. 

O Coletivo Clicquot, nascido na VExpenses (plataforma que automatiza a gestão de despesas de funcionários), surgiu com a psicóloga Amanda Alves, head de pessoas e cultura da empresa, após uma pesquisa interna no ano passado. Ela se chocou ao ver que mais de 80% dos funcionários eram homens, não existiam líderes mulheres e apenas 20% dos currículos recebidos eram de mulheres. “Começamos a nos perguntar por que não conseguimos alcançar as mulheres. Para além de atrair, também queremos que quem está aqui e/ou vai entrar sinta o grupo como uma rede de apoio”, explica Amanda.

De 2020 para 2021, agora a empresa conta com duas líderes e 25% dos funcionários são mulheres, incluindo a primeira mulher do time de engenharia da empresa. A maioria delas faz parte do Coletivo Cliquot, usando cerca de 20 a 30 minutos do seu horário de trabalho para organizar ações internas e externas que contribuam para a mudança de cenário.

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