Militar fez o grupo para ameaçar a soldado
Reprodução/Arquivo pessoal
Militar fez o grupo para ameaçar a soldado


O advogado da ex-soldado Jéssica Paulo do Nascimento, de 28 anos, que denunciou um tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo por assédio sexual e ameaças de morte, protocolou uma petição na PM após descobrir que um grupo no WhatsApp foi feito contra Jéssica.


O grupo foi criado pelo sargento para o qual respondia antes de sair da PM. Jéssica foi exonerada após decidir deixar a carreira. Ela afirma que abandonou o cargo após pressão dentro da corporação devido à repercussão do caso. 

Antes de deixar a PM, Jéssica estava lotada no 45º Batalhão da PM do Interior, em Praia Grande, litoral de São Paulo. A denúncia por assédio sexual e ameaças de morte é relacionada à época em que ela atuava na capital paulista, contra o tenente-coronel Cássio Novaes. 

Segundo o G1, o tenente-coronel foi afastado do comando do batalhão onde atuava e a investigação é conduzida pela Corregedoria da PM, sob segredo de justiça. Em entrevista ao G1 nesta terça-feira (8), a ex-soldado relatou que recebeu uma denúncia anônima de que um grupo de WhatsApp administrado pelo sargento ao qual respondia quando ainda estava lotada no 45° Batalhão da Polícia Militar do Interior, em Praia Grande, foi criado para disseminar ódio contra ela na web. Em prints que obteve, aparece o nome deste grupo, denominado "Todos Odeiam Jéssica".

Para ela, o grupo comprova a perseguição que ela sofreu antes de ser exonerada. "

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Eu senti medo. Mesmo pedindo exoneração por causa dele [tenente-coronel], o homem criou um grupo para me humilhar, cujo título dizia que todos me odeiam. Porém, não é bem assim, porque tem pessoas lá dentro que me respeitam e me consideram, tanto que muitos saíram do grupo indignados, e ainda recebi print de tudo. Espero que a justiça seja feita, e que seja provado que esse homem é outro obcecado e vem me perseguindo", afirma.

Sidnei Henrique, advogado de defesa da ex-soldado, explica que as medidas cabíveis já foram tomadas junto à Corregedoria. No documento entregue à PM, o advogado requereu a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar os novos fatos, bem como a instauração de um processo administrativo regular para verificar a conduta desse policial militar.

"A criação de um grupo fomentando ódio coloca veementemente em risco a vida da ex-soldado e da sua família. Além das medidas citadas, também foi requerido que, diante da gravidade dos fatos, os autos do IPM que apura o crime de assédio sexual seja remetido para a Justiça Militar com essas novas informações com urgência, a fim de que o Ministério Público tome ciência dos fatos e, assim querendo, se manifeste a respeito", diz a defesa da soldado. 

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