Carolina Iara , covereadora do PSOL em São Paulo, sofreu um atentado na madrugada de terça para quarta-feira (27), quando tiros foram disparados contra a casa dela na Zona Leste da capital paulista por um autor ainda desconhecido. As informações foram confirmadas pela assessoria de comunicação do partido à imprensa.
Eleita em 2020 pela Bancada Feminista aos 28 anos, a parlamentar estava dormindo quando começou a ouvir os tiros. O grupo, formado formado por cinco integrantes na Câmara Municipal de Vereadores, acredita que ela tenha sido foi vítima de um “crime político” por tudo que representa “como liderança de movimentos de pessoas trans”.
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O Instituto Marielle Franco, junto com outras entidades e organizações, como Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (ANTRA), Conectas Direitos Humanos e a própria Bancada Feminista (PSOL), lançaram nesta quinta-feira o site naoseremosinterrompidas.org , com o objetivo de cobrar do poder público uma investigação do atentando contra Iara.
Em entrevista ao SP2, da TV Globo, Carolina disse que foi alvo de uma tentativa de intimidação e crê que os dois tiros disparados tenham partido de seu portão até atingir a parede da sala de sua casa.
“Naquele momento eu percebi que não era algo do acaso, não era uma bala perdida. Percebi que a minha casa foi alvejada, não sabemos ainda por quem, por qual motivo, mas uma covereadora, de mandato coletivo, que é uma mulher negra e trans, está sendo ameaçada na maior cidade do país”, declarou.
Medidas de segurança foram tomadas ao longo desta quarta e um boletim de ocorrência foi realizado na Delegacia de Proteção à Pessoa.
Em repúdio ao atentado cometido, a Bancada Feminista exige uma investigação imediata. “Não podemos permitir que uma mulher preta, travesti e intersexo seja silenciada com violência. Fascistas não passarão!”, divulgou em seu portal.
Em uma rede social, Iara escreveu: "Sofri atentado político, com tiros disparados na madrugada, em frente de casa. Eu e minha família estamos bem, mas uma covereadora travesti foi ameaçada! Mas não vão me calar. Estou bem e agradeço a solidariedade de todes pelo grande apoio.
Não mexe comigo, que eu não ando só".