Recentemente um vídeo de uma professora dando uma aula sobre educação sexual viralizou nas redes sociais. Na postagem, Jennifer Garrido ensina a seus alunos onde outra pessoa pode encostar no corpo deles. No desenho de uma menina, ela pinta de verde as partes liberadas, de laranja onde devem tomar cuidado e de vermelho as áreas proibidas para o toque.

Jennifer Garrido ensina a seus alunos em que partes do corpo as pessoas podem encostar
Reprodução/Instagram
Jennifer Garrido ensina a seus alunos em que partes do corpo as pessoas podem encostar

Em entrevista à revista Marie Claire, a professora falou sobre a importância do ensino da educação sexual para crianças e adolescentes. Jennifer é dona de um centro educacional onde oferece aulas de reforço para alunos com transtorno de aprendizado. Por conta do isolamento social, ela só está se encontrando pessoalmente com os estudantes que necessitam da didática presencial. Ela conta que gravou o vídeo que acabou viralizando para todos os alunos terem acesso ao conteúdo. 

A professora revela que após verem o vídeo muitas pessoas mudaram de opinião dobre a educação sexual e passaram a considerar um conteúdo importante para as crianças aprenderem. Jennifer também defende a necessidade de professores tratarem o assunto na sala de aula. "Existem várias formas de falar com crianças. Primeiramente, às vezes a criança é abusada pelo próprio familiar. Ela vai achar que é normal ser tocada. Se o tutor, que deve proteger, faz isso, para a criança é normal. O segundo ponto é a forma lúdica de abordar o assunto. Muitas vezes os pais não sabem falar e acabam omitindo muita coisa, com medo de falar", diz.

"Nós, professores, temos essa facilidade de saber como conversar com eles, em cada faixa etária. É difícil e delicado, porque tudo pode ir contra você, mas é importante", ecompleta. A professora cita o exemplo de um menino de 12 que perguntou para ela porque ainda não tinha menstruado, para reforçar a necessidade da educação sexual.

Mesmo com mais de um milhão de visualizações e muitos elogios, o vídeo também recebeu críticas. A professora conta que muitas pessoas disseram que ela deveria ter pintado todo o corpo de vermelho, mas ela explica porque não fez isso. "Se a gente também prende a criança, ao ponto de não poder ser tocada, ela não vai saber o que é carinho. Explico: se dói, se machuca, se você sente medo, não é bom. Nosso corpo precisa da nossa autorização".

Por fim, Jennifer defende que educação sexual pode causar um impacto muito positivo para toda a sociedade. De acordo com a educadora, o ensino deste tema pode prevenir uma criança de ser abusada e pode evitar a formação de novos abusadores. "Não existem casos perdidos. A gente pode mudar o mundo de algumas crianças e essas crianças mudam o mundo de outras pessoas. Assim a gente faz uma corrente do bem", conclui.


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