Yulianna Yussef é uma influcienciadora digital de 25 anos. A polonesa tem 101 mil seguidores no Instagram e seu feed é repleto de fotos nas quais aparece plena, no frio de seu país ou curtindo dias em Miami, nos Estados Unidos, sem medo de esconder as manchas de nascença.

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Entretanto, nem sempre foi assim. As manchas de nascença que se espalham por todo o corpo, principalmente costas e barriga, já foram um problema para Yulianna e já a fizeram ser vítima de muito bullying. "Eu era dálmata, girafa, vaca. Me viam como suja e as pessoas pensavam que se falasse comigo as minhas marcas iam pular nelas", diz.
Nas redes sociais e em uma entrevista ao jornal britânico Mirror lá dá detalhes do que já passou até aprender a conviver com as marcas e como fez para superar o bullying e o preconceito das pessoas.
"Sair com você é como sair com um macaco"

Yulianna possui nevo melanocítico congênito. Com isso, as células melanócitas que deveriam se espalhar por toda a pele sofrem uma mutação e acabam se acumulando em alguams regiões, gerando as manchas.
Ao jornal, ela fala que passou sofrer com a presença das marcas de nascença na infância, por volta de 8 anos. Foi nessa época que começou a notar olhares estranhos e que os pais de outras crianças não deixavam que os filhos brincassem com ela. "Pensavam que era algo contagioso", lembra à publicação.
Com o passar dos anos, o bullying ficou ainda mais intenso. "Uma amiga uma vez me disse: 'Oh meu Deus, sair com você é como sair com um macaco. Sei que foram apenas palavras e até uma piada. Não fiquei brava com ela, mas depois disso fiquei o verão inteiro em casa e saia apenas por uma ou duas horas quando já estava escuro", conta Yulianna.
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Também na adolescência, fase que já é repleta de medos e insegurança, a polonesa diz que tinha medo de não encontrar um namorado e se perguntava o que havia feito para merecer isso.
Hora de dar um basta no bullying por causa das manchas de nascença

Com o amadurecimento, Yulianna afirma que viu que era hora de dizer "basta". "Estava tão cansada de me esconder e ter medo das pessoas, da reação e das ações delas. Eu me odiava por essa fraqueza e por sentir pena de mim. Aí entendi que ninguém iria me ajudar, só eu mesma".
Ela ainda fala que nesse processo notou que a grande maioria das pessoas podiam ter alguma reação por não saber o que eram as marcas de nascença, que não se tratava de uma doença.
Isso deu a ideia de criar o Instagram para postar fotos e falar abertamente sobre as manchas na pele . "Estou feliz por ter feito isso", afirma. Lá ela fala dos detalhes da condição e também dos problemas que encara, como a coceira, que muitas vezes incomoda bastante, e os pelos nas manchas, os quais ela não pode retirar.
Ela ainda se prepara para uma nova palestra que vai fazer em Londres sobre o nevo e como superou todo o preconceito por causa das manchas de nascença . "Quero ser feliz, saudável, me sentir bonita, confiante e sexy na minha propria pele e vivo isso agora. Mas foi um longo caminho até aqui".