Atualmente, a norte-americana Britnee Rochelle, de 31 anos, trabalha como modelo plus size na Califórnia e fala abertamente sobre o próprio corpo, mas nem sempre foi assim. Quando ainda estava na escola, a jovem sofria bullying por conta do peso e recebia apelidos em tom pejorativo, como "gordinha" e "pássaro grande". 

Britnee Rochelle sofreu bullying por ser gorda quando criança e hoje é modelo plus size nos Estados Unidos
Reprodução/Instagram/britneerochelle
Britnee Rochelle sofreu bullying por ser gorda quando criança e hoje é modelo plus size nos Estados Unidos

Na época, a relação da modelo plus size com o corpo não era das melhores, já que ela se sentia insegura por conta dos comentários que ouvia. "Eu sofri bullying a vida toda. No ensino médio, um estudante me apelidou de coisas horríveis; era péssimo e realmente me deixava mal comigo mesma", conta em entrevista ao jornal britânico Daily Mail .

Segundo ela, essa não foi a única vez que se sentiu desconfortável nessa situação. "Meu avô sempre fazia comentários sobre o meu peso e perguntava como eu havia conseguido entrar no carro sempre que ia visitá-lo. Lembro de um amigo comentar como eu era grande e como eu deveria ser a defesa em jogos de futebol americano porque 'tinha tamanho para isso'".

"Há alguns meses, eu e minha melhor amiga fomos em um jogo de beisebol e, quando estávamos andando do estacionamento para o estádio, um homem de bicicleta passou por nós e gritou: 'Vocês estariam melhores se as roupas servissem'. Era um dia frio, nós duas estávamos de calça jeans, moletom e bonés", lembra.

"Aconteceu tão rápido e eu estava distraída. Ficamos chocadas e nos perguntando por que aquele homem falou daquele jeito se estávamos quietas. Nunca entendi o que faz as pessoas falarem coisas que machucam tanto para alguém, criança ou adulto. Agora eu sei que eram as inseguranças deles que estavam se revelando", continua. 

Os relacionamentos amorosos de Britnee também foram um problema, principalmente porque os rapazes pediam para sairem escondidos. "Eu me desenvolvi mais rápido do que as outras garotas na adolescência, mas estava recebendo o tipo errado de atenção. No colégio, os garotos queriam passar um tempo comigo em segredo e nunca na frente de outras pessoas. Hoje, percebo que eles tinham vergonha de serem vistos com 'a garota gorda'."

Acontecimentos desse tipo fizeram a jovem acreditar que nunca encontraria alguém que realmente gostasse dela, além de deixá-la insegura sobre questões como aparência e peso. Foi a carreira como modelo plus size que a fez mudar de perspectiva sobre si mesma. 

A importância da autoaceitação para a modelo plus size

Atualmente, a modelo plus size fala sobre como a autoaceitação é importante, independente do seu corpo
Reprodução/Instagram/britneerochelle
Atualmente, a modelo plus size fala sobre como a autoaceitação é importante, independente do seu corpo


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Em 2017, Britnee foi convidada para ser modelo e começou sua carreira participando de desfiles na Califórnia, além de posar de lingerie e biquínis para marcas. Com cerca de 177 kg e usando roupas de tamanho 54, ela decidiu que era hora usar seu corpo de forma positiva e ser uma forma de ajudar outras pessoas a se aceitarem. 

"Quando comecei a receber ligações de marcas de lingerie percebi que realmente tinha uma chance e decidi criar um Instagram para que as pessoas pudessem acompanhar meu trabalho. Meu número de seguidores está crescendo conforme eu trabalho mais e tudo está sendo uma jornada incrível, especialmente me vendo confiante e ajudando outras pessoas", comenta.  

Segundo Britnee, amar a si mesma deu à ela uma confiança que está fazendo toda a diferença em seu trabalho e em sua vida. Desde que passou a trabalhar como modelo plus size, a jovem começou a usar peças de roupa que antes a deixavam desconfortável, como blusas cropped, por exemplo. "Hoje também me sinto muito sexy e confiante em meu estado natural. Sem maquiagem, cabelo bagunçado e roupas confortáveis; o meu lado cru."

"A beleza natural é incrível, principalmente no mundo de hoje, no qual todos sempre usam muita maquiagem e mudam a aparência o tempo todo. Eu trabalho na indústria da beleza e amo isso, mas me sinto muito melhor do meu jeito natural."

"Aceitar meu corpo é muito importante pra mim, porque eu me amo e aprendi a amar todas as coisas e partes de mim. Eu me pertenço, não importa o tamanho ou a forma. Estou atenta para o fato de que muita gente vai ver defeitos quando olharem para mim, mas não estou preocupada com a opinião deles. Estou feliz com a pessoa que sou e com o corpo que tenho e a cada ano, com certeza, fico mais confiante do que já estava", afirma a modelo plus size. 

A aceitação da modelo plus size também ajuda outras mulheres

Foi a carreira como modelo plus size que fez Britnee Rochelle se sentir bem sobre questões como peso e aparência
Reprodução/Instagram/britneerochelle
Foi a carreira como modelo plus size que fez Britnee Rochelle se sentir bem sobre questões como peso e aparência

Atualmente, ela tem mais de 100 mil seguidores para acompanhar seu dia a dia e já se declara uma "conhecedora da autoconfiança", principalmente quando usa a plataforma digital para compartilhar fotos suas mostrando o corpo ou usando roupas em que se sente bem para encorajar mulheres a se sentirem orgulhosas da própria aparência. 

"Ser uma plus size é se esforçar para ser o seu melhor no que você está vestindo e muitas mulheres sofrem com a pressão estética para se encaixar no 'padrão de beleza'. Eu quero ser parte dessa mudança, quero encorajar e empoderar mulheres para que elas amem seus corpos, se sintam sexy e confiantes usando a roupa que quiserem."

"No passado, doía, eu não entendia e não tinha ninguém para conversar sobre isso. Por isso estou fazendo tudo isso — estou ganhando cada vez mais voz e quero ser ouvida para que outras pessoas que tenham passado pelo mesmo ou estejam vivendo isso agora não se sintam sozinhos. Quero mostrar que alguém está aqui por eles", afirma.

"Como modelo plus size , meu objetivo é ter um impacto na vida de mulheres que não se sintam tão confiantes quando eu me sinto. Não importa qual o se tamanho, forma ou passado, somos todas lindas. É hora de abraçar nossas diversidades e nos aceitarmos. Ver alguém ganhar confiança em si mesmo é a coisa mais poderosa dessa vida", finaliza. 

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