A arte não é tema central de debates apenas aqui no Brasil. Recentemente, na Suécia, uma desenhista chamou atenção de muita gente com os trabalhos que expôs em uma estação de metrô. As imagens representam uma situação que é tão comum quanto ainda é um tabu em nossa sociedade: a menstruação.
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Nas pinturas que tomam algumas paredes da estação Slussen, em Estocolmo, mulheres aparecem em preto e branco em diferentes posições, como uma patinadora que está com uma das pernas para cima. Uma imagem até meio banal, a não ser pela cor vermelha que foi acrescentada na vagina da personagem, representando a menstruação . O mesmo padrão se repete nas outras obras da exposição.
De acordo com reportagem do “The Guardian”, a artista Liv Strömquist afirma que tentou transmitir uma sensação de tranquilidade para os passageiros estressados, mas nem todos os usuários da estação ficaram tranquilos com as imagens.
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“Não é engraçado explicar para uma criança de quatro anos o que é a mancha vermelha entre as pernas”, escreveu um usuário do Twitter. “Já não basta menstruar uma vez ao mês. Agora, a gente também é lembrado disso a cada vez que chega ao metrô”, avaliou outra.
Liv, entretanto, conta que já está acostumada com seu trabalho causando controvérsia, mas acredita que as imagens provocaram uma discussão saudável e necessária sobre um tema que ainda é tabu. “É estranho ser tão provocativo, já que é algo que vemos o tempo todo. É difícil para mim entender isso”, conta em entrevista à rede de TV "SVT".
Discussão
O debate que Liv quis levantar é sobre o fato da menstruação ser algo natural da mulher, e não algo errado, uma doença ou algo sujo. Toda essa transformação que ocorre no corpo feminino nada mais é que um processo para que a gestação seja possível, entretanto, mesmo as pessoas sabendo disso, ainda encaram o sangue como algo temível e errado.
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Além dessa discussão sobre como a menstruação é encarada na sociedade, Liv, indiretamente, também abriu espaço para que fosse discutido onde seria o local apropriado para expor ideias provocativas. Muitas pessoas não concordaram com o fato das obras estarem expostas em uma estação de metrô, que é de livre acesso das pessoas e onde não é possível evitar o contato com as imagens.