Intuição é uma forma de conhecimento que todas as pessoas tem dentro de si. De acordo com a psicóloga Katia Miguel Larsen, especializada na Jornada do Divino Feminino, a intuição é uma função psíquica que rastreia o que está acontecendo ao redor no universo captando informações. “Ela vem através de ondas, que nosso corpo percebe. Nossas células captam a informação da frequência das ondas”, diz a especialista.
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A intuição
de uma mãe falou mais forte diante da tragédia ocorrida em um colégio particular em Goiânia, Goiás, na qual um estudante atirou em seis colegas de classe, matando dois e deixando quatro feridos. Regiane Batista, tia de João Petro Calembo, de 13 anos, uma das vítimas fatais, disse em depoimento para à imprensa que a mãe do garoto havia pressentido que ele não deveria ir à escola naquela manhã.
Segundo Katia, quando esse tipo de pressentimento surge, muitas pessoas duvidam, mas é importante despertar para importância de confiarmos em nossos instintos e intuição. Isso pode ser transformador.
Por que sentido “feminino”?
A profissional explica que o corpo da mulher tem ciclos como a natureza - o ciclo menstrual - e segue ritmos. “Esses ciclos geram transformações de humor e de necessidades que mexem com a psique feminina, abrindo para um estado mais sensível e vulnerável, o que a torna mais receptiva dessa função intuitiva”, diz Katia. “Nós mulheres carregamos em nosso corpo uma sabedoria milenar, uma intuição natural.”
Entretanto, nada disso impede que os homens tenham a mesma função psíquica. Para tal, é preciso que eles se rendam à sensibilidade, à natureza e ao fluxo da vida.
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Como funciona esse tal "sexto sentido"
Segundo a teoria do psiquiatra Carl Gustav Jung, o ser humano possui quatro funções psíquicas básicas para conhecer o mundo: intuição, sensação, pensamento e sentimento, que quando ativadas permitem que as pessoas a tomem decisões e façam escolhas com mais sabedoria.
"Desacreditamos de nossa sabedoria interna, deixando de ouvir o que podemos chamar em inglês de 'Gut feelings'" — que significa algo como "pressentimento", em português. Katia explica que a diferença entre o pensamento e a intuição é que o primeiro julga, critica e toma decisções a partir de análises. Já a segunda orienta de forma sábia, além de discernir, revelar, e orientar na tomada de decisão. Segundo ela, a intuição "transcende" o pensamento.
A psicóloga diz que todas as funções psíquicas se comunicam em maior ou menor grau, dependendo do tipo psíquico de cada pessoa. "Algumas pessoas são mais intuitivas outras mais mentais, tipo pensamento; outras já são mais sensoriais ou do tipo sensação e as demais são mais sentimentais ou da função sentimento."
Os sinais que aparecem junto com esse sentimento interior demonstram que aquele sentimento realmente veio do inconsciente. Geralmente esses sinais são sensações físicas: "Taquicardia, borboletas no estômago, sensação de medo no coração, alteração no ritmo respiratório são alguns das coisas que não devem ser ignoradas."
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"As mulheres têm uma sabedoria interna que ultrapassa a nossa mente analítica. Essa sabedoria vem do inconsciente e pode ser sentida no corpo pelas sensações como um sinal para seguirmos adiante ou evitarmos uma atitude, decisão", afirma Katia, que segue o conceito de Jung.
Até que ponto devemos ouvir esse "sexto sentido"?
Mesmo que seja válido seguir o próprio instinto , é importante lembrar que não se deve segui-lo cegamente. É importante equilibrar a racionalidade com a intuição e, para isso, refletir a ação através de perguntas que podem ajudar a saber qual o melhor caminho seguir.
A psicóloga dá algumas dicas: "Qual o pior que pode acontecer se eu seguir tal informação? E para que serve essa infomação? Quem será a pessoa afetada? O que que pode mudar na minha vida se eu tomar essa decisão? São frases que irão criar uma referência concreta, racional para que se tome uma atitude equilibrada na intuição e na razão."
Segundo ela, ao fazer essas perguntas o inconsciente informa, seja através de emoções ou sintomas no corpo e, com isso, é possível compreender os bloqueios que a mente recebe ao longo do tempo que impedem de entender o instinto natural.
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Jornada de autoconfiança
Katia explica que o principal ponto quando você quer seguir mais sua intuição é a autoconfiança. "Para viver a própria verdade é preciso ser um heroína da jornada da própria vida, é preciso acreditar em si mesma, abrir mão dos padrões limitantes de uma sociedade que aleija nossa capacidade de sentir, intuir sem ser necessário justificar tudo o que sentimos com respostas objetivas."
Para a especialista, as mulheres de hoje encaram um enorme dilema sobre viver aquilo que sabem em seu íntimo ou seguir o coletivo, mas isso exclui a individualidade. "Se ouvir é estar presente em tudo que está disponível para nós, quando duvidamos estamos separados do todo, ou atrelados a crenças culturais daquilo que cada sociedade valoriza, abrindo mão daquilo que é essencial e verdadeiro para cada indivíduo."
Como treinar o instinto
Quando se tem um pressentimento , nem sempre as respostas chegam imediatamente, mesmo que seja possível captar do meio através do corpo que, de acordo do a psicóloga, "é nosso inconsciente celular antes da nossa mente racional dar conta do que está acontecendo."
Para praticar a confiança própria, explica Katia, é importante melhorar a experiência com o físico e o espiritual. Para isso, ela tem algumas indicações: "Conecte-se com o corpo através de dança, meditação, canto e risos entre mulheres. Se permita vivenciar momentos sem um objetivo ou meta específica, se entregar à presença e ao vento, à chuva. Atitudes simples como essas que nos colocam em contato com os ritmos da natureza também nos ajudam a perceber as informações do universo ao nosso redor e em ressonância conosco." Outras dicas são tentar usufrui o momento, colocar os pés na terra, sentir seu corpo como se tivesse raízes, como as árvores, e ouvir o canto dos pássaros.
Ela continua, afirmando que o universo dos animais pode ser uma base para mostrar como o instinto funciona, ao mesmo tempo que o universo vegetal também é uma referência quando se trata de sabedoria das árvores de uma floresta que prevê a destruição da sua espécie e cria formas de preservação natural. "Somos parte dessa natureza, nossa natureza humana com consciência", finaliza.