Inspirada pelo pai, que é professor de educação física e já foi jogador de basquete pela seleção brasileira, a atleta de handebol com surdez Fernanda Caporal , de 20 anos, encontrou no esporte uma verdadeira paixão.
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A jovem mora em Ribeirão Preto, em São Paulo, e começou jogando vôlei, aos seis anos. Um ano depois, conheceu o handebol. Apesar de algumas dificuldades por conta da surdez , ela nunca deixou o esporte.
"Não tenho palavras para explicar a paixão pelo esporte que tenho. Quanto mais treino, mais quero jogar. O esporte me acalma, é como se fosse um remédio para mim", explica Fernanda.
Esporte adaptado por conta da surdez
Fernanda sabe que, como qualquer atleta, já passou por dificuldades no esporte. No caso dela, especificamente, a questão da surdez já dificultou a comunicação com algumas colegas de equipe. "Mas durou bem pouco tempo. Existe a Libras (língua brasileira de sinais), para se comunicar, e numerações, para combinar as jogadas."
A jovem explica também que, como consegue usar o visual, uma mudança simples que a ajuda é a equipe de arbitragem usar gestos ao invés de apitos para sinalizar uma falta ou pausa no jogo, por exemplo.
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Já na academia, para os treinos de fortalecimento muscular, nunca teve problemas. O profissional de educação física mostra como fazer os movimentos, e pelo olhar ela já entende. Caso esteja fazendo errado, o personal corrige com as mãos.
"Acredito que as academias estão preparadas para isso atualmente, pois é lei, e a maioria dos meus amigos surdos faz academia naturalmente. Eles me falaram que não têm dificuldade com isso."
"Siga seu maior desejo"
A quem também é surdo, mas ainda não encontrou uma atividade física para praticar, Fernanda encoraja a seguir esse desejo e batalhar até o fim. "Se esforce ao máximo, para que toda a população abra os olhos e veja que nós somos capazes em qualquer coisa. Sempre vai vir uma oportunidade de alcançarmos nosso objetivo."
Fernanda revela que a comunidade surda tem conseguido novas oportunidades a quem quer praticar esporte representado a seleção brasileira. Recentemente, ela não apenas conseguiu o bronze com sua equipe no Campeonato Mundial de Handebol para Surdos como também alcançou a artilharia.
"Não tenho palavras, foi incrível e inacreditável ao mesmo tempo para todos nós. O bronze teve gosto de ouro porque foi o primeiro mundial com a equipe feminina representando a seleção brasileira", completa a atleta.
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