Como a harmonização facial é feita? Entenda o procedimento

Profissionais detalham como procedimentos estéticos reversíveis se tornaram a maior tendência dos últimos anos

O ex-BBB Caio Afiune se tornou trend nas redes após divulgar resultados de sua harmonização facial
Foto: Foto: Reprodução/Instagram @jkclinicaavancada
O ex-BBB Caio Afiune se tornou trend nas redes após divulgar resultados de sua harmonização facial

Lábios maiores, queixo angulado, sobrancelhas arqueadas, nariz empinado: nos últimos anos, essas características são as principais demandas de quem visita uma clínica de estética. Nas salas dos consultórios, rostos de celebridades como Bella Hadid, Juliana Paes, Anitta e Jade Picon estampam a coleção de referências no momento das consultas.

“As celebridades sempre usam essas alterações, mas as pessoas acham que tudo ali é natural. É no momento do consultório que eu, como médico, conto a verdade para minhas pacientes: os famosos têm sim intervenções, e, na maioria das vezes, esse ‘rosto natural’ vem da harmonização facial”, explica Adailton Neves, cirurgião plástico de Boituva (SP).

Entre 2014 e 2019, o número de procedimentos relacionados à harmonização facial cresceu de 72 mil para 256 mil ao ano. “Foi realmente exponencial, e nós, médicos, acompanhamos esse crescimento direto dos consultórios”.

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Gretchen, Joelma, Wesley Safadão, Boca Rosa e Alok são apenas algumas das milhares de celebridades que apostam na harmonização facial como procedimento estético. “A harmonização está, realmente, em alta no Brasil, mas existe também muita desinformação acerca desse tema”, alerta o médico.

Harmonização

A harmonização facial é um nome referencial para várias intervenções estéticas que tendem a deixar o rosto um pouco mais harmônico, como microagulhamentos, skinboosters, fios de sustentação, peelings e preenchimentos em geral. 

Ao contrário do imaginário popular, não é apenas com o famoso ‘botox’ que a harmonização é feita. Além da toxina botulínica, os médicos também utilizam ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno e peelings químicos para atingir o resultado esperado pela paciente. 

O maior benefício, segundo os profissionais, é que ao contrário da plástica, a harmonização não exige nenhuma intervenção cirúrgica em geral, facilitando a recuperação e diminuindo os custos do processo.

“Diferentemente da cirurgia plástica, a harmonização é um procedimento rápido e muito seguro. O tempo do pós-operatório é de praticamente dois a três dias, e no máximo em uma semana o paciente já está nas suas atividades normais, não precisa de internação em hospital nem nada”, detalha Andrezza Fusaro, cirurgiã dentista e fundadora da Royal Face.

Andrezza também pontua que a harmonização é pouco invasiva e oferece resultados imediatos, facilitando a rotina de pacientes que já desejam voltar a trabalhar ou estudar normalmente.

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O custo de uma intervenção varia de acordo com cada necessidade. Para procedimentos pequenos, como a injeção de ácido hialurônico nos lábios ou o preenchimento de botox na testa, os valores variam entre R$1 mil a R$4 mil. A união de todos os procedimentos, muito utilizada pelas celebridades, pode chegar até R$10 mil por sessão. 

Ao contrário da cirurgia, os resultados de uma harmonização são apenas temporários. “Varia do produto utilizado em cada paciente. As toxinas botulínicas duram de quatro a seis meses, os preenchedores, de um a dois anos, fios de sustentação de um ano a um ano e meio, e os bioestimuladores, um ano e meio a dois anos”, pontua Andrezza.

A temporalidade da harmonização também significa que as mudanças podem ser revertidas, no caso de insatisfação ou de problemas com a operação. Preenchimentos podem ser dissolvidos e fios podem ser retirados sem quaisquer complicações. “Existe até uma enzima chamada hialuronidase, que reverte o procedimento”, comenta Ana Sanguinete.

Contraindicações

Assim como qualquer procedimento estético, a harmonização facial têm contraindicações. As recomendações da maioria dos médicos adverte que gestantes, lactantes, diabéticos, pessoas com doenças autoimunes ou que tomam algum medicamento com base hormonal devem evitar a intervenção.

Andrezza aponta que o profissional também pode contraindicar a harmonização em outros casos. “Pessoas que sofrem com disforia corporal, que sempre se enxergam com muitos defeitos, ou que fazem muitas cirurgias plásticas, a gente já percebe que ela tem ali a parte psicológica dela abalada que não vai ser um procedimento estético que ela vai fazer dentro da clínica que vai resolver o problema”.

“Quando a gente persegue percebe que está tendo esse desequilíbrio emocional também é contra-indicado. Quando o cirurgião plástico também percebe alguma coisa nesse sentido, a gente pede um pouco mais de cautela nesses casos”, finaliza.

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O médico Adailton Neves reflete que a conversa de médico para paciente é essencial para que ele entenda que o procedimento é temporário e que, na maioria das vezes, ele não é a solução de todos os problemas. “Para alguns pacientes, até recomendamos psicoterapia e algumas atividades para que a expectativa com a aparência seja realista e humana.”