Se não tratada, maskne pode acabar gerando problemas maiores
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Se não tratada, maskne pode acabar gerando problemas maiores

Você já ouviu falar em maskne ? O termo entrou em voga nas últimas semanas após ser pautado pelo The New York Times e significa o aumento de cravos, espinhas e dermatites no rosto devido ao uso excessivo de máscara, equipamento essencial no combate à Covid-19 .

À reportagem do Portal iG , a Dra. Fernanda Nichelle, que está à frente da MAC - Medicine Aesthetic Clinic -, explicou que a máscara gera mais acnes  porque ela cria um ambiente favorável à disseminação de microorganismos.

“Se você pensar, a máscara fica ao redor da boca e do nariz, um ambiente quente, úmido e escuro. Úmido e quente pela respiração, pela troca gasosa e escuro pelo abafamento que a máscara causa. Isso torna o local perfeito para que a bactéria se prolifere. Esse é o motivo que a gente acredita que a acne esteja ocorrendo”, inicia ela.

Em meados de maio de 2020, as máscaras tornaram-se obrigatórias em São Paulo e em outras regiões do País. Para garantir uma renda extra, pessoas passaram a vender inúmeras variações do EPI. Marcas também produziram suas versões. Nessa corrida, muitos materiais foram utilizados na produção. Questionada se o tecido ou falta de limpeza do equipamento pode gerar maskne, a especialista disserta. 

“Sim, a falta de higiene pode ser um grande agravante. O paciente que tem esse quadro de Maskne deve intensificar a rotina de limpeza diária, usar tratamentos específicos para essa região e se for necessário até o uso de antibioticoterapia”, declara a médica.

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Quanto ao tecido, Fernanda faz um alerta: “Tem que ter muito cuidado, não adianta a gente dizer que é um tecido que areje, tem que ser um que proteja em função do coronavírus, afinal a máscara está ali para isso. Então, precisa ser um tecido como a gente tem usado, um tecido não tecido (TNT), ou o próprio algodão”.

Tratamento da Maskne 

Apesar de parecer algo inofensivo, a maskne pode ter complicações, provocando erupção acneiforme, que é o agravamento da acne já existente. Segundo a dermatologista, o tratamento varia de acordo com o estágio em que a doença está. “Vai de sabonetes específicos, limpeza profunda, secativo para controlar a oleosidade até, se necessário, o uso de antibioticoterapia. Seja ela aplicando um creme ou via oral”, comenta. 

Ao ser indagada sobre o perfil de pessoas mais sucetíveis a contrair a enfermidade, a especialista disserta. “[Neste caso], não está ligado ao hormonal, nem a maquiagem, está ligado único e exclusivamente ao uso excessivo das máscaras, então, qualquer pessoa está suscetível a ele. Agora, se estiver concomitante a um fator hormonal, a uma acne de mulher adulta, uma acne cosmética aí pode haver intensificação.”

Outras doenças de pele causadas pela pandemia

Representação da maskne pelo jornal The New York Times
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Representação da maskne pelo jornal The New York Times

Além do surgimento da maskne , de acordo com Fernanda Nichelle, a pandemia do coronavírus têm afetado o universo dermatológico de outras maneiras, agravando doenças psicossomáticas, trazendo alergias associadas a questões psicológicas, entre outras.

“As pessoas estão muito mais estressadas, há quem tem queda de cabelo, alergias associadas a questões psicológicas, existe também a questão da mão muito seca por conta do uso exacerbado do álcool gel. São todas doenças que estão cursando junto com essa pandemia”, afirma a médica. 

A dica magna para fugir da maskne 

Como usar máscara é essencial para se proteger contra a Covid-19 , deixar o EPI de lado está fora de cogitação. Por isso, a Dra. Fernanda Nichelle dá o maior conselho de como driblar a enfermidade dermatológica. “Com uma higiene adequada da pele e principalmente da máscara, não ficar reutilizando a máscara. Também não usar por muito tempo durante o dia a mesma máscara. Chegou em casa, lava e higieniza ela, use hipoclorito para limpar, depois que passou e secou... passe o ferro quente. Tudo para que a gente possa evitar bactérias."

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