É possível contrair doenças fazendo sexo oral? E por objetos contaminados? Especialista responde questões sobre DSTs e dá dicas sobre prevenção
Por mais que o ideal em uma relação sexual seja usar proteção – preferencialmente a camisinha, por ser o único método contraceptivo que protege tanto contra uma gravidez indesejada quanto de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) – durante a relação inteira, deslizes são comuns. Mas, além de situações em que se é pego desprevenido no calor do momento, falta de informação sobre o assunto pode resultar consequências para a vida toda.
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Por vergonha de perguntar ou por falta de discussão sobre o tema, as pessoas podem achar que estão protegidas o suficiente quando ainda estão relativamente expostas às DSTs . De acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites virais, no Brasil, a clamídia e a gonorreia contaminam quase 2 milhões de pessoas por ano, sendo seguidas pela sífilis, que contamina 900 mil, o HPV e a herpes genital, que contaminam quase 700 mil.
Ao “Daily Star”, Brigette Bard, CEO da BioSure UK (desenvolvedora de testes rápidos de HIV ) respondeu questões constrangedoras e essenciais sobre o assunto; confira:
Há transmissão por sexo oral ou anal?
Sim, é possível contrair doenças via sexo ora. Segundo a especialista, isso ocorre principalmente com gonorreia, herpes genital e sífilis. Mesmo que menos comuns, também é possível haver transmissão de clamídia, HIV e hepatite A, B e C durante o ato.
Para diminuir os riscos, é preciso que se use preservativos durante as práticas. Para homens, existem até preservativos saborizados para tornar a experiência mais agradável. Para mulheres, há possibilidade de usar o preservativo feminino , calcinhas de látex ou até pedaços de plásticos usados normalmente por dentistas, que são um pouco mais difíceis de encontrar.
No caso do sexo anal, o risco ocorre tanto para homens quanto para mulheres. O tecido anal é fino e não tem lubrificação como a vagina, tornando-se mais suscetível a fissuras. De acordo com a especialista, é necessário usar preservativo e bastante lubrificante à base de água, que não prejudica a eficácia da camisinha e previne danos na região.
Masturbação e beijos são seguros?
Não há possibilidade de contrair uma doença sexualmente transmissível beijando, mas é possível transmitir ou contrair herpes, caso uma das pessoas tenha. Já na masturbação , a especialista explica que depende da forma que o ato é feito. Segundo ela, existem riscos caso a pessoa use a mesma mão em outra pessoa e depois em si mesmo, e o mesmo vale para o compartilhamento de brinquedos sexuais.
DST em vaso sanitário?
Segundo a especialista, os causadores de doenças sexualmente transmissíveis não conseguem viver fora do corpo por muito tempo, então não há riscos. A não ser, é claro, que você esteja fazendo sexo sem proteção em cima de um vaso sanitário.
Tratáveis ou para sempre?
Segundo Brigette, muitas dessas doenças são tratáveis com o uso de antibióticos, como a clamídia, a gonorreia e a sífilis. Outras, embora possam ser controladas, acompanham a pessoa para sempre. É o caso do HIV , das hepatites B e C e da herpes.
Elas causam morte ou infertilidade
Se não forem tratadas, Brigette afirma que HIV e hepatites B e C podem ser fatais. Por esse motivo, é importante fazer testes e, se for o caso, começar os tratamentos o mais cedo possível.
Especialmente para mulheres, há, sim, o risco das doenças causar infertilidades. A clamídia, segundo a especialista, é uma das maiores responsáveis por casos desse tipo, já que pode afetar as trompas de falópio e impedir a liberação de óvulos.
Sintomas
A especialista explica que algumas doenças possuem sintomas e outras não. Segundo ela, o ideal para quem faz sexo sem proteção com pessoas desconhecidas é fazer testes clínicos regularmente. Em todo caso, ao notar caroços, coceira, dor ou presença de secreções nas genitais, é importante ir ao médico.
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Frequência de exames/como eles são?
De acordo com a especialista, se a pessoa está começando um relacionamento, o ideal é que o casal faça exames para garantir que nenhum dos dois tem alguma doença. Para pessoas solteiras e sexualmente ativas (especialmente as que fazem sexo sem proteção e com mais de uma pessoa), testes devem ser feitos a cada três meses.
Testes de DSTs normalmente envolvem, tanto para mulheres quanto para homens, perguntas sobre a vida sexual, coleta de sangue, amostras de fluidos da região íntima e, eventualmente, exames na garganta.